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Doentes do rock

Maratona de shows testa o fôlego - e a saúde - dos fãs

Por Leo Pinheiro, da Cidade do Rock
2 out 2011, 13h46

Depois de chegar em casa às cinco da manhã no dia anterior, a universitária Laura Herzog , de 19 anos, não conseguiu ter forças para acordar e ir à faculdade na segunda-feira. Naquele momento estava quebrado o primeiro acordo com a mãe que concordou que a jovem fosse a vários dias do Rock in Rio se cumprisse a promessa de não cabular aulas. Alimentar-se bem, não se esquecer de beber água de hora em hora, colocar casaco quando sentisse correntes de ar foram outras recomendações maternas parcialmente ignoradas por Laura enquanto assistia aos shows que iam do hard rock do Red Hot Chili Peppers às baladas românticas de Coldplay, passando pelo balanço de Steve Wonder e outras atrações menos votadas como Ke$ha.

“Eu confesso que calculei chegar um pouquinho atrasada na faculdade. Achei que ia acordar umas dez horas, mas não consegui. Acordei era quase uma da tarde. Aí não tinha mais jeito. Minha mãe reclamou um pouco, mas compreendeu que eu precisava dormir para me recuperar”, disse a estudante sobre o episódio. O sono reparador foi uma das estratégias para Laura chegar “inteira” à Cidade do Rock no penúltimo dia de festival.

A jovem conta que quando o sono bate não espera a volta para casa. Entre uma atração e outra, ela se joga no gramado ou divide com os amigos a poltrona inflável que ganhou de um dos patrocinadores do evento. Basta, no entanto, a música retomar para ela levantar para cantar e dançar como se não houvesse o amanhã. “Esses dias eu estou com a coluna doendo como nunca antes. Dói mesmo. Mas tenho que aproveitar porque já está no finalzinho”, diz Laura, que revela outra estratégia para conseguir se manter de pé: “Depois do primeiro dia de shows comecei a usar aqueles emplastros nas costas. Ninguém vê porque fica por baixo da roupa e ainda alivia a minha dor. É muito bom mesmo”, indica.

Já o baixista Jefferson Reis, de 26 anos, que só não veio ao primeiro dia do festival, diz não sentir o cansaço por estar acostumado a trabalhar à noite. Técnico de informática e músico profissional, Reis revelou a sua estratégia para recuperar as energias para assistir mais de 50 shows no Rock in Rio. “Eu não tenho carga horária certa. Faço o meu horário porque vivo de comissão. Então, esta semana eu abri mão de trabalhar alguns dias para ter disposição de assistir aos shows” diz Jefferson detalhando a sua rotina: “Acordo tarde, tomo um banho relaxante de meia hora, faço um bom almoço e venho para cá. Costumo chegar por volta de três ou quatro da tarde, assisto algumas coisas do Palco Sunset e tudo do Palco Mundo”, diz com euforia impressionante para quem enfrentou 5 dias de festival.

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Evidentemente o músico não tem feito apresentações noturnas durante o período do Rock in Rio, mas argumenta que o festival também é trabalho para ele. “Estou investindo na minha outra carreira. É importante para assistir ao vivo a instrumentistas de gabarito internacional. Vi músicos fantásticos aqui. O Flea do Red Hot, o Robert Trujillo do Metallica, o Steve Wonder. É muita gente fera junta”.

Sobre o fato de ter praticamente abandonado a montagem e manutenção de computadores durante o período em que os astros da música internacional estão no Rio, Jefferson é taxativo: “A vida é feita de escolhas. Estou abrindo mão de ganhar dinheiro para viver essa experiência intensamente. No último Rock in Rio eu vim apenas um dia e me arrependo até hoje. Desta vez só uma doença me impediria de ver tudo o que vi aqui”, decreta, fazendo planos para assistir Guns N’ Roses, System of a Down e Evanescence no ultimo dia do festival.

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