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‘A dança faz o ingresso do show valer a pena’, diz coreógrafo de Demi e Katy Perry

Conheça Alex Bullon, dançarino espanhol que ganhou espaço nos Estados Unidos e se tornou braço direito de importantes nomes do pop

Por Henrique Castro
27 dez 2015, 07h49

Em outubro de 2007, Britney Spears lançou o seu quinto álbum de estúdio, Blackout. Mal sabia a cantora americana que o trabalho impulsionaria a carreira de um jovem coreógrafo do outro lado do oceano, na Espanha. Alex Bullon vivia em Barcelona na época e dava seus primeiros passos na dança profissional. Com o disco de Britney, ele viu uma oportunidade de mostrar suas habilidades: coreografou todas as faixas e publicou os passos em vídeos no YouTube. Logo, os fãs da estrela pop americana ajudaram a dar visibilidade ao trabalho do dançarino.

O grande número de acessos em seu canal no site chamou a atenção de um agente de Hollywood, que o convidou a se mudar para Los Angeles, local onde sua carreira decolou. Como resultado, hoje Bullon trabalha com nomes relevantes da música pop, como Katy Perry, Iggy Azalea e Demi Lovato, de quem é amigo próximo.

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Bullon esteve em São Paulo em novembro, onde ministrou uma aula de dança no Estúdio Anacã, no bairro do Jardins, zona sul da capital paulista. Em entrevista ao site de VEJA, ele contou sobre sua relação com as cantoras com as quais trabalhou, a admiração por Madonna, como foi participar do tradicional show de intervalo do Superbowl e suas impressões sobre Taylor Swift.

Como começou a trabalhar com dança? Sempre gostei de dançar e, desde criança, aprendi a fazer isso sozinho. Assistia vídeos em casa, sozinho, aprendendo as coreografias. Quando tinha 12, 15 anos, percebi que podia coreografar e ter ideias de passos. Comecei então a ensinar, dançar no meu país e aí me mudei para Los Angeles, onde passei a trabalhar com todas essas cantoras.

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Quando você cria uma coreografia, a cantora participa do processo? Geralmente, não. Só algumas vezes elas falam algo, dão uma dica. Por exemplo, ‘podemos mudar isso? Eu não me sinto confortável’. Às vezes, elas apenas dizem o que querem fazer em algumas partes. Do tipo: ‘Nessa hora quero tentar algo sexy. Você pode coreografar algo assim para mim?’. E eu digo: ‘ok, claro’.

Como é dançar em um grande show? É sensacional. Há alguns anos, eu dancei no Madison Square Garden (tradicional ginásio de Nova York) e foi maravilhoso. Ano passado, fiz meu primeiro Superbowl, com a Katy Perry, e foi a experiência mais incrível da minha vida. Não conseguia ver o fim do mar de pessoas no estádio. Tinha muita gente.

Sobre o “left shark” do Superbowl – o dançarino vestido de tubarão, que ficou famoso na apresentação de Katy Perry, por ter dançado de maneira empolgada e descompassada. Aquilo foi de propósito ou ele estava realmente perdido? Eu vou te explicar o que aconteceu. Minha equipe não faria nenhum dos tubarões ou mascotes. Contratamos dançarinos do Arizona, mas eles não participaram dos ensaios conosco em Los Angeles, apenas foram no dia. Dois desses dançarinos acabaram escolhidos para fazer os tubarões. Um deles decidiu roubar a cena e coreografar tudo o que estava fazendo, um verdadeiro freestyle. Então, o outro tubarão ficou parecendo muito ruim, já que ele começou a inventar uma dança diferente e ficou incrível.

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Diversos músicos falam que é diferente tocar em cada lugar ao redor do mundo. Como é dançar em diferentes nações? Eu prefiro dançar em países latinos. Em Montreal, no Canadá, as pessoas também estão sempre abertas, felizes e loucas. Mas eu também gosto muito quando nos apresentamos na Espanha: Madri, Barcelona, isso toca meu coração. Por que eu tenho conhecidos na plateia, família, amigos. Barcelona é de onde eu vim, então, é especial para mim.

Acredita que a Madonna é o exemplo de todas as cantoras pop? Sim, mesmo que inconscientemente. Muitas nem são da mesma geração que ela, mas são tocadas por várias coisas que ela fez. Madonna fez tudo antes de todos. Fui a um show dela recentemente e fiquei muito impressionado, porque mesmo com tantos anos de carreira, ela continua arrasando no palco. Ela é muito boa.

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O dançarino Alex Bullon com a amiga Demi Lovato
O dançarino Alex Bullon com a amiga Demi Lovato (VEJA)

De todos os artistas com os quais já trabalhou, qual mais te marcou? A Kylie Minogue é uma pessoa muito legal. A primeira coisa que ela faz quando entra no ensaio é parar a música, conhecer todo mundo, apertar nossas mãos e saber nossos nomes e eu acho isso incrível. A Demi, também. Nós somos quase como irmãos. Estávamos em turnê juntos quando ela passou por todos os problemas (A ex-estrela da Disney se internou em uma clínica de reabilitação em 2010 para se livrar de seu vício em álcool e drogas, além de tratar de uma depressão). Ela era bem nova. Eu havia acabado de chegar aos Estados Unidos, precisava de uma família e Demi praticamente me adotou. Nós fizemos uma tatuagem igual em Chicago, durante uma turnê. É algo mútuo. Não vamos esquecer da nossa amizade e, mesmo quando estivermos longe um do outro, nunca vamos dizer adeus. Temos uma boa relação. A Kesha também é extremamente divertida, ela é muito louca no palco, dá tudo de si. A Iggy é diferente, porque é mais hip hop. Gosto bastante de cada uma, com suas peculiaridades, não saberia dizer qual a artista com quem mais gostei de trabalhar.

E tem algum cantor que é um dançarino ruim? Sim! Muitos! Mas não vou dar nomes (risos).

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Qual a importância da coreografia para um show de pop? Basicamente, entreter as pessoas e criar um espetáculo. Tem que ser colorido, ter uma dinâmica com as músicas, e isso é a chave. A dança faz o ingresso do show valer a pena.

Qual sua inspiração para criar coreografias? De todos os lugares. De cada coisa pequena do meu dia. Desde trânsito, até estar em um avião, ver um avô e uma criança andando pela rua, olhar uma garota bonita com um belo vestido entrando em uma boate. Tudo me inspira. Eu sou uma pessoa muito atenta e noto tudo o que acontece ao meu redor, sempre estou pronto para ser inspirado.

Já trabalhou com a Taylor Swift? Não. Ela não era o tipo de cantora que faz o meu perfil, era muito adolescente, focada em uma audiência mais jovem. Mas eu sinto que hoje ela é outra artista, cresceu e tem toda uma nova plateia. Agora eu adoraria trabalhar para ela.

Como você enxerga essa rivalidade entre a Katy e a Taylor? Eu não acho que elas sejam rivais. Elas só têm tipos diferentes de público. Eu realmente não sei o que aconteceu naquela história dos dançarinos. Eles estavam com Taylor e voltaram a trabalhar com a Katy. Mas porque eles já a conheciam de antes. Acredito que, agora, está tudo bem entre elas.

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