USP terá ‘pelotão universitário’ com policiais alunos
PMs que cursam graduação e pós na universidade passarão por treinamento
A Polícia Militar (PM) vai criar uma unidade de policiamento especializada no público universitário. PMs que cursam graduação e pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP) devem participar do treinamento do novo pelotão e serão destacados para policiar a Cidade Universitária. Para a corporação, eles entendem “melhor o que pensam os universitários” e podem ajudar a adaptar o policiamento comunitário ao ambiente da USP.
Além do reforço na atuação da PM, a ampliação da presença da Polícia Civil no câmpus do Butantã, na zona oeste, está entre os pedidos da USP à Secretaria de Segurança Pública. A proposta é que a Polícia Civil crie um destacamento especializado na investigação de crimes dentro da universidade. Essa é uma das solicitações encaminhadas pela reitoria ao governo do estado, que faz parte de protocolo de cooperação definido após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24 anos, assassinado no câmpus há cerca de duas semanas.
A PM ainda aguarda a análise do protocolo pela SSP, mas entre as medidas de policiamento ostensivo a serem adotadas está a instalação de pelo menos uma base móvel no câmpus e policiamento com bicicletas durante os fins de semana. A maior presença da Polícia Civil, na visão da reitoria, servirá para combater quadrilhas especializadas em crimes na Cidade Universitária.
Violência – No dia 18 de maio, Felipe Ramos de Paiva, aluno do 4.º ano de Ciências Atuariais, deixava a universidade quando foi abordado por criminosos no estacionamento da Faculdade de Economia e Adminstração (FEA). O estudante resistiu à abordagem e tentou entrar em seu carro, que é blindado. O bandido disparou e fugiu sem levar nada. Felipe morreu no local. O corpo foi encontrado por um vigia da faculdade, que ouviu os disparos.
Após a tragédia, os estudantes se mobilizaram para pedir mais segurança no campus, que não conta com a presença de policiais militares – somente vigias desarmados fazem a segurança de toda a universidade, que abriga mais de 100.000 pessoas em cerca de 76 milhões de metros quadrados. Dois dias depois da tragédia, a reitoria anunciou um plano emergencial de segunraça, que prevê a atuação da PM.
Até agora, ninguém foi responsabilizado pela morte de Felipe Paiva. Os investigadores chegaram a ouvir quase uma dezena de suspeitos, mas todos prestaram depoimento e foram liberados.
(Com Agência Estado)
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