USP aprova cortes no orçamento e mudanças administrativas para 2014
Conselho Universitário autorizou o fim da lista tríplice para eleição de diretores de unidades e cortes de 30% no orçamento, proposto pelo novo reitor
O Conselho Universitário da Universidade de São Paulo (USP) anunciou na noite de terça-feira o orçamento para este ano, com corte de 29,4% com custeio e investimentos, sugerido pelo novo reitor Marco Antônio Zago para reverter a crise financeira enfrentada pela maior universidade do país.
Do total do orçamento da USP para este ano – 5,017 bilhões de reais – serão alocados 4,5 bilhões de reais nas despesas com a folha de pagamento, correspondendo a 99,96% da dotação orçamentária. Essas despesas são calculadas com base nos salários vigentes, acrescidos do 13º, adicional de férias, alterações na carreira, quinquênios, sexta-parte, promoções e participação no sistema de previdência complementar.
Outros cortes vão afetar as contas das unidades de ensino, institutos especializados, museus e prefeituras, que terão redução de 35%. Para os hospitais, a dotação foi reduzida em 10%, considerando a importância dessas atividades. Para os órgãos de apoio, a redução é de R$ 28,5% e, para os órgãos de serviço, de 52,8%. Os recursos alocados para continuidade dos programas e novas obras foram reduzidos em 75%.
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Apenas os investimentos relacionados à política de apoio à permanência e formação estudantil, como bolsas, auxílios moradia, alimentação e transporte, não sofreram cortes, e terão a receita aumentada em 2% em relação a 2013.
O Conselho também garantiu recursos necessários para resolver a questão ambiental da USP Leste, que está fechada por problemas de contamição no solo. Além disso, a USP vai manter a suspensão das novas contratações anunciada no início deste mês.
Outra proposta de Zago aceita pelo Conselho foi a mudança na estrutura administrativa da universidade. Com a decisão, fica extinta a lista tríplice para a escolha de diretores e vice-diretores das unidades de ensino e pesquisa, museus e institutos especializados. O Conselho também votou pelo fim da vice-reitoria executiva de administração, que ficará a cargo da vice-veitoria e pela criação da Agência USP de Cooperação Acadêmica Nacional e Internacional, que substituirá a vice-veitoria executiva de relações internacionais.
Em entrevista ao site de VEJA, Zago já havia afirmado que iria propor mudanças para a maior descentralização do poder na USP e também reorganizaria as contas para por fim ao aperto financeiro.