Universidade de Pequim manda professores e alunos combaterem críticas ao PC
Texto diz que instituição estabeleceu sistema para monitorar opinião pública
A Universidade de Pequim, uma das principais instituições da China, orientou seus alunos e professores a combater críticas ao Partidio Comunista. O “pedido” foi publicado no jornal chinês Qiushi no domingo, assinado pelo comitê do partido na universidade.
Na publicação, o comitê pediu a estudantes e professores que “adotem uma postura firme, sem ambiguidades, e combatam de modo oportuno, eficaz e resoluto os discursos e as ações que se oponham aos princípios do partido”. Nos últimos anos, segue o texto, “pessoas com motivos subliminares atiçaram as chamas na internet, tendo como alvo o Partido Comunista chinês e o sistema socialista”. Tais ações “criaram impacto negativo muito grande na opinião pública na internet e no consenso social.” Por fim, o texto diz que a universidade estabeleceu um sistema de monitoramento 24 horas por dia da opinião pública na internet e adota medidas preventivas para “controlar e reduzir os efeitos do discurso negativo.”
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A Universidade de Pequim frequentemente aparece em boas colocações em rankings internacionais de ensino superior, principalmente pela qualidade de sua pesquisa e ensino. Em junho, ficou em 2º lugar no ranking das melhores universidades no grupo dos Brics, que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, elaborado pela consultoria britânica Quacquarelli Symonds (QS).
Apesar de o currículo e as formas de expressão serem controlados com mão de ferro nas universidades chinesas, os estudantes da Universidade de Pequim eram conhecidos no país por pregar a liberdade de expressão. Em 1989, um grupo de alunos organizou protestos pró-democracia na Praça da Paz Celestial e foi brutalmente reprimido pelo Exército. Essa foi a última manifestação organizada por estudantes da instituição.
(Com agência Reuters)