Unesp aprova programa de cotas, mas quer detalhes de curso semipresencial
Conselho Universitário se posicionou favorável à adoção do Pimesp, que reserva 50% das vagas na instituição a alunos egressos da rede pública
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) anunciou nesta sexta-feira ser favorável ao programa de cotas lançado em dezembro de 2012 pelo governo de São Paulo, o Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista (Pimesp). Com o Pimesp, o governo pretende elevar a 50% o porcentual de alunos oriundos da rede pública na USP, Unesp e Unicamp, em todos os cursos e turnos, até 2016. Dentro dessa meta, o porcentual de negros, pardos e indígenas deverá ser de no mínimo 35%. O Conselho Universitário da Unesp afirmou aprovar as metas de inclusão social do programa, mas informou que vai solicitar informações adicionais sobre o curso semipresencial que os cotistas terão de realizar antes de ingressar nas instituições.
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Por meio de nota, a Unesp informa que o Conselho Universitário pedirá ao Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo (Cruesp) – responsável pela elaboração do projeto – detalhes sobre a criação do Instituto Comunitário de Ensino Superior (ICES). Em parceria com a Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), o Ices ofereceria cursos superiores sequenciais de dois anos exclusivos a alunos da rede pública. Eles seriam uma alternativa ao vestibular tradicional.
O ingresso dos candidatos nesses cursos se daria pela nota obtida por eles no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou no Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo). Ao término dos dois anos de estudo, aqueles que conseguissem nota superior a sete teriam vaga garantida em uma das três universidades e receberiam também um diploma de curso superior sequencial, que permitiria, por exemplo, prestar concursos públicos de nível superior.
Segundo a Unesp, obter mais informações sobre o funcionamento do Ices é importante para fundamentar as discussões sobre o programa, que continuam ocorrendo nas congregações da universidade.
A instituição é a primeira das universidades paulistas a se posicionar oficialmente sobre a adoção do Pimesp. Na USP, as faculdades de Medicina, Direito e a Escola Politécnica apoiaram a adoção de uma política de cotas, que imponha metas a serem alcançadas, mas rejeitaram as propostas do programa. A USP e a Unicamp devem se manifestar oficialmente ainda neste primeiro semestre para que o programa possa valer já no próximo vestibular.
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