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Nas redes de ensino eficazes, todos os alunos têm vez

Uma escola não consegue resultados elevados se não se preocupar com todos os seus estudantes

Por João Batista Araujo e Oliveira
18 jul 2014, 15h28

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Ensino de qualidade

Este artigo faz parte de uma série publicada quinzenalmente em VEJA.com sobre os desafios do ensino fundamental no Brasil – e as estratégias para superá-los.

Os textos são de autoria do Instituto Alfa Beto, que promove o Prêmio Prefeito Nota 10, iniciativa que vai identificar e recompensar o município brasileiro que mantém a melhor rede de ensino. A premiação será realizada no segundo semestre.

Prêmio Prefeito Nota 10 Instituto Alfa Beto

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Já dissemos nesta série de artigos que a ideia de redes de escolas eficazes implica uma atenção permanente a todos os alunos, especialmente àqueles com maior dificuldade. Uma escola não consegue resultados elevados se não se preocupar com todos os seus estudantes. O baixo desempenho dos fracos colocaria em risco os seus resultados e a própria ideia de uma rede de alta qualidade.

Leia os artigos anteriores da série

Primeiro, vejamos os dados. Numa rede de escolas de alto desempenho, a grande maioria dos alunos atinge os níveis mínimos esperados. Mas mesmo dentro delas, há uma dispersão muito grande de notas: há alunos mais e menos inteligentes, mais e menos esforçados, mais e menos disciplinados, e assim por diante. Como as notas médias são elevadas, a dispersão dos resultados pode ser grande – quase sempre há uns poucos alunos que ficam nos níveis inferiores. Em síntese: escolas de alto desempenho atenuam, mas não eliminam as diferenças individuais nem as diferenças no desempenho escolar.

Segundo, vejamos as práticas. As boas escolas acompanham o desenvolvimento individual dos seus alunos e usam os dados de acompanhamento – inclusive de avaliação – para dar apoio aos alunos em dificuldade.

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Um dos sistemas educativos mais avançados do mundo (a rede pública do estado americano de Massachusetts) adotou há alguns anos uma metodologia interessante denominada Data-Wise, desenvolvida por professores da Universidade Harvard liderados pelo pesquisador Richard Murnane. A metodologia ajuda os diretores e o pessoal da escola a interpretar dados e a elaborar testes que forneçam pistas importantes sobre o desempenho do aluno. Mas há um segredo. Na hora de avaliar as provas, os professores aprendem uma nova linguagem. Ao invés de dizerem “o aluno errou”, “o aluno não sabe” ou “o aluno não viu”, eles aprendem a falar “eu não ensinei isso dessa forma” ou “eu ensinei isso assim, mas não percebi que um aluno poderia não ter entendido ou poderia ter intepretado de forma diferente”. Em síntese: os problemas de aprendizagem são convertidos em problemas de ensino, em que os professores passam a assumir a responsabilidade pelo erro dos alunos e buscar soluções no ensino.

Um outro tipo de abordagem consiste em atacar os problemas emocionais e sociais que impedem muitos alunos, especialmente os jovens, de se dedicar aos estudos e levar a escola a sério. Algumas estratégias concentram-se em tutorias, com um pequeno grupo de alunos assistido por um professor ou mesmo um voluntário. Outras consistem numa mistura de tutoria com o desenvolvimento de habilidades prossociais.

O sucesso nessa área – que é difícil de ser alcançado – sempre é a combinação entre o diagnóstico correto e o remédio adequado administrado em doses certas. O fracasso das inúmeras tentativas de “reforço”, “recuperação”, Educação de Jovens e Adultos (EJA) e outras iniciativas mais ou menos associadas a plumas e paetês sugere a necessidade de um cuidadoso planejamento para essas intervenções.

O ponto mais importante é que nas redes de boas escolas, todos alunos têm vez.

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João Batista Araujo e Oliveira é presidente do Instituto Alfa Beto

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