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MP investigará ameaças a estudante do ‘Diário de Classe’

Denúncia diz que Isadora Faber, de 13 anos, que revelou problemas de escola pública no Facebook, corre perigo dentro da própria instituição de ensino

Por Nathalia Goulart
8 nov 2012, 13h14

O Ministério Público do estado de Santa Catarina vai investigar as ameaças que a estudante Isadora Faber, de 13 anos, autora da página “Diário de Classe” no Facebook, diz estar sofrendo dentro da escola Maria Tomázia Coelho, em Florianópolis. Na página virtual, dedicada a descrever problemas cotidianos enfrentados por sua escola, Isadora afirma que estudantes, professores e funcionários da instituição têm se mostrado hostis às suas críticas, o que por vezes se expressaria na forma de provocações e ameaças.

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Segundo o MP, a denúncia das ameaças não partiu dos pais de Isadora. Uma pessoa cuja identidade é mantida em segredo procurou a ouvidoria do MP revelando preocupação com a integridade da jovem: a autora do “Diário de Classe” correria perigo dentro da própria escola.

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A partir desta quinta-feira, devem ser ouvidas pessoas ligadas à escola. Ao fim da investigação, o procurador designado para o caso poderá determinar ou não medidas de proteção a Isadora.

Fora da escola – Na terça-feira, Isadora afirmou em sua página do Facebook que sua casa havia sido apedrejada por críticos do “Diário de Classe”. Ela publicou ainda uma foto de sua avó, de 65 anos, com um machucado na testa: ela teria sido atingida por uma das pedras. Isadora teria ainda sofrido ameaças na porta da escola, juntamente com seu pais. De acordo com a família, os dois episódios foram registrados em duas delegacias da cidade.

A mãe da estudante, Mel Faber, disse que chegou a procurar o Ministério Público, mas não registrou queixa na ouvidoria. Ela teria sido instruída a reunir provas das ameaças para que pudesse dar entrada em uma ação na Vara da Infância e Juventude. “Ninguém é obrigado a gostar do que minha filha escreve na página dela. Mas ela tem enfrentado todas as consequências do que posta na rede. Agora, quem está fazendo ameaças a ela também precisa pagar pelos seus atos”, diz a mãe.

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Apesar das ameaças, Isadora comparece à escola normalmente. “A única diferença é que alguém tem de levá-la e buscá-la. Estamos com receio de deixá-la andando sozinha por aí”, diz Mel. A mãe da menina acusa a escola de negligenciar as ameaças. “Todos – professores e diretora – são diretamente responsáveis por essa situação.”

Por meio da assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Educação, a diretora Liziane Diaz Farias e a secretária Sidneya Gaspar de Oliveira informaram que não vão se pronunciar sobre o assunto. A reportagem tentou ainda contato telefônico com a diretora, mas as ligações não foram respondidas.

Fama Isadora Faber, que cursa a 7ª série de uma escola pública de Florianópolis, ganhou fama ao descrever no Facebook o estado precário da instituição Maria Tomázia Coelho. Em quatro meses, a página “Diário de Classe” recebeu mais de 389.000 “curtidas” na rede social.

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Algumas reclamações já teriam surtido efeito. Ventiladores quebrados foram substituídos depois que Isadora postou fotos dos aparelhos estragados no Facebook. As maçanetas dos banheiros também foram reparadas e a fiação elétrica, trocada para evitar acidentes. A pintura da quadra poliesportiva da escola também foi iniciada após a insistência da jovem. Segundo a secretaria municipal, os trabalhos no local serão finalizados no próximo fim de semana.

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