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Maus resultados na Prova ABC refletem má qualidade da educação infantil, afirmam educadores

Má formação de professores também é determinante, dizem especialistas

Por Nathalia Goulart
25 ago 2011, 14h08

Para os responsáveis pela Avaliação Brasileira do Final do Ciclo da Alfabetização, a Prova ABC, o mau desempenho de estudantes revelado nesta quinta-feira é, em grande medida, determinado pela baixa qualidade da educação infantil no país. De acordo com o levantamento, metade dos alunos do 3º ano não aprende o que deveria durante o chamado ciclo de alfabetização. “Quanto melhor for fundamentada a educação infantil, melhor será a alfabetização”, afirma Rubem Klein, da Fundação Cesgranrio, entidade que participou da formulação da Prova ABC.

Para João Horta, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), órgão do Ministério da Educação (MEC) que participa da aplicação da Prova ABC, a qualidade da educação infantil ajuda inclusive a explicar o desnível entre escolas públicas e privadas apontado pelo exame. “Os alunos das escolas particulares, em geral, possuem uma formação na educação infantil mais sólida do que os estudantes da rede pública – o que facilita a alfabetização na educação fundamental. Isso explica em parte a diferença entre as redes.”

Para o pesquidador, os resultados refletem ainda a má qualidade do professor do ensino fundamental, formado pelas faculdades de pedagogia. “Sabemos que atualmente os professores são originários das classes mais baixas da população. Como ele pode ensinar se possui deficiências pedagógicas?”, questiona Horta.

Priscilla Cruz, diretora-executiva do Todos Pelo Educação, movimento independente que propôs a formulação da Prova ABC, lembrou que “o país só vai conseguir uma educação de qualidade se garantirmos o direito a alfabetização a todas as crianças desde os primeiros anos da escola”. “Após o 3º ano, o aluno dá início a outra etapa do conhecimento e tem contato com conteúdos mais complexos. A alfabetização plena é fundamental.”

Outra instituição que participa do exame pioneiro, o Instituto Paulo Montenegro/Ibope é responsável pela medição do analfabetismo funcional entre jovens e adultos de 15 a 64 anos de idade. Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do instituito estabele um parelelo: “Os mesmos índices de analfabetismo funcional que vemos na população adulta se repetem no novo levantamento, feito entre crianças do 3º ano. Ou seja, as crianças que não aprendem adequadamente durante os primeiros anos de vida não conseguirão desenvolver competências para o resto de suas vidas”, diz.

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