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Marina Silva: ‘Jovens devem imprimir sua marca no mundo’

A ex-candidata à Presidência e patrona do Prêmio Jovens Inspiradores diz que novos líderes devem fazer de suas vidas uma mensagem de mudança

Por Nathalia Goulart
10 abr 2012, 08h03

“Os jovens têm sede de protagonismo, eles querem imprimir sua marca.” A avaliação é de Marina Silva, ex-candidata à presidência da República nas eleições de 2010. Marina faz parte do grupo de patronos do Prêmio Jovens Inspiradores, parceria entre a Fundação Estudar e VEJA que vai selecionar estudantes ou recém-formados com espírito de liderança e compromisso permanente com a busca da excelência. “Eu vejo esses jovens transformadores em todos os lugares a que vou.” O que falta, diz Marina, são pessoas dispostas a motivar a vontade de mudança. Faltava, pois o prêmio vai fazer sua parte: os vencedores ganharão iPads, bolsas de estudo no exterior e um ano de orientação profissional com nomes de destaque do meio empresarial e político (mentoring). Confira a seguir a entrevista que Marina Silva concedeu ao site de VEJA:

Qual a importância de um prêmio que quer revelar jovens dispostos a mudar o Brasil? Os jovens não podem se deixar prender pelo que já foi feito: sempre há espaço para quem quer mudar o mundo. Um prêmio como o Jovens Inspiradores reacende a chama inovadora, transformadora, criativa e livre do jovem. A juventude tem muito tempo pela frente, e isso lhe dá energia. Ela não tem as amarras que vão nos prendendo no decorrer da vida, matando nossos sonhos. Poucas pessoas – e tenho orgulho de me colocar nessa categoria – conseguem escapar dessa malha fina que prende e apaga os sonhos mais transformadores. Eu, que me autointitulo mantenedora de utopias, fico feliz de ver que os jovens estão livres para sonhar e transformar o Brasil e o mundo.

A senhora já percorreu milhares de municípios brasileiros, em todas as regiões do país: vê esse potencial transformador nos jovens das diversas áreas do Brasil? Eu vejo esses jovens tranformadores em todos os lugares a que vou. No entanto, não vejo muitas pessoas dispostas a dar suporte a essa geração de transformadores. A minha geração, por exemplo, teve a sorte de ter muitos suportes e conseguiu importantes conquistas com isso. Hoje, olho para o mundo e me pergunto onde os jovens vão conseguir essa sustentação para concretizar seus sonhos. Fico feliz ao constatar que esses mesmos jovens são seus próprios mantenedores. Felizmente, eles têm tido força para mostrar o quão insatisfeitos estão com o mundo em que vivem.

Qual a importância da educação na vida de um jovem que quer transformar o mundo? A educação é a ferramenta mais importante para a promoção da igualdade. Vou contar uma história que ilustra isso. Tenho um amigo que é filho de uma faxineira. Em um determinado momento, ela não conseguiu matricular o filho, então uma criança, na escola pública. Sem embaraço, ela foi à escola particular mais próxima de sua casa e pediu uma bolsa de estudos para o filho. A instituição concedeu a bolsa. Graças à generosidade dessa escola, que pode parecer diminuta para alguns, meu amigo chegou ao ensino superior e hoje é um conceituado engenheiro ambiental. O acesso à educação constrói, a despeito das diferenças próprias de nossa origem, como classe social, religião ou gênero, um ambiente em que podemos ser todos iguais. O conhecimento oferece oportunidades e permite a igualdade.

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Que tipo de líder o Brasil precisa hoje? O Brasil e o mundo precisam de líderes que façam da própria vida uma mensagem de mudança. Estamos sedentos por pessoas que liderem pelo exemplo, não pela teoria.

Que conselho a senhora daria aos jovens líderes que querem fazer a diferença? Sinto que o século em que vivemos vai produzir uma nova forma de engajamento, e os jovens são precursores desse processo. Eles buscam uma nova forma de se envolver com os temas que os rodeiam. Trata-se de um engajamento mais autoral, cheio de personalidade. As militâncias já não são guiadas por partidos, sindicatos ou organizações, que colocavam os indivíduos na posição de espectadores. Os jovens têm sede de protagonismo, eles querem imprimir sua marca. A minha mensagem é que esse protagonismo seja dirigido ao bem comum. Que seja motivado, sim, pelo prazer de realização pessoal, mas também pelo coletivo.

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