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‘Jovem enfrentará novo mercado no futuro’

Por Marina Dias
3 set 2009, 15h58

Ao chegar ao mercado de trabalho, dentro de dez anos aproximadamente, os adolescentes que hoje estão nas escolas encontrarão um ambiente substancialmente diferente. A oferta de emprego deverá ser menor do que a atual, e será fundamental investir no empreendedorismo. A avaliação é de Luiz Carlos Cabrera, consultor de empresas e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). “É hora de se preparar para o novo mercado de trabalho”, alerta. “Será cada vez mais preciso administrar a própria vida”. Na entrevista a seguir, ele explica como as escolas devem orientar seus alunos para a futura vida profissional e qual o papel da família nesse processo.

Vale a pena preparar adolescentes e até crianças para o mercado de trabalho?

Sim, com certeza. Em primeiro lugar, porém, é preciso esclarecer o que essas crianças e adolescentes vão enfrentar no mercado de trabalho daqui a dez anos. Será um mundo totalmente diferente, em que a oferta de emprego diminuirá à medida em que a população aumenta. Por outro lado, haverá diversas formas de trabalho, com exigências de autonomia e empreendedorismo muito grandes. Por isso, é extremamente útil conversar e esclarecer dúvidas sobre esse novo cenário desde cedo.

Quais serão as novas opções de trabalho daqui a dez anos?

O jovem poderá trabalhar como pequeno empresário, prestador de serviço, autônomo, interino, entre outras opções. Esse tipo de trabalho vai obrigá-lo a aprender desde cedo a organizar sua vida financeira, já que ele não terá um emprego que garanta salário constante, férias e fundo de garantia. Agora é hora de se preparar para o novo mercado de trabalho e saber administrar a própria vida.

O que os estudantes precisam aprender na escola para que estejam preparados para esse novo mercado?

Essencialmente, três coisas. Primeiro, conhecimento das disciplinas previstas na educação básica, como português, matemática, história etc. Em segundo, conhecimento de mundo, que vai lhes conferir base para que possam identificar oportunidades de trabalho. Por fim, é necessário desenvolver competências pessoais e criar e fortalecer uma rede de relações – responsável, em geral, por indicações profissionais.

A partir de que idade as crianças devem começar a ser preparadas para o futuro profissional?

Aos 14 anos. Nesse momento, é importante discutir sobre o mundo do trabalho e do emprego, com debates e explicações que esclareçam as dúvidas e preparem os jovens para que sejam capazes de gerir a própria vida, inclusive financeira, formando um espírito mais empreendedor e autônomo.

Como isso deve ser feito?

É essencial que a escola coloque os estudantes em contato com pequenos e médios empreendimentos. Não adianta só chamar pessoas de grandes empresas para dar palestras, pois é necessário despertar a curiosidade dos jovens em construir sua própria carreira. Atuação autônoma, empreendedorismo, construção de pequenas empresas de prestação de serviço, legislação e dificuldades burocráticas são alguns dos conceitos que devem ser discutidos desde cedo na escola.

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Qual é a responsabilidade dos pais nesse processo?

Os pais devem cuidar do desenvolvimento de dois pontos importantes na vida de seus filhos: competências pessoais, com estímulo a atividades extracurriculares, como música, teatro e esportes, e o estímulo à construção e manutenção das redes sociais.

Como aprender a tomar decisões, trabalhar em equipe ou exercer liderança, competências cada vez mais exigidas pelo mercado?

Atividades esportivas e simulações de ambientes empresariais podem ser ações práticas para o desenvolvimento de competências fundamentais. A preocupação não pode estar apenas em preparar o jovem para prestar vestibular, mas, sim, conferir a ele uma visão de mundo mais ampla, em que ele saiba trabalhar em grupo, ter espírito empreendedor, liderança e autonomia.

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