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Inquérito do MPE cita oito casos de estupro na Faculdade de Medicina da USP

Vítimas dizem que diretoria não deu prosseguimento a apuração sobre episódios

Por Da Redação
12 nov 2014, 17h15

O inquérito instaurado pelo Ministério Público Estadual (MPE) que investiga os casos de violência sexual e agressão às mulheres e homossexuais na Faculdade de Medicina da USP (Fmusp) menciona a ocorrência de oito estupros nos últimos anos. O documento mostra que as vítimas, que relataram os episódios anonimamente, afirmaram que não houve “qualquer suporte da diretoria”, que deixou de dar prosseguimento a procedimentos administrativos de apuração.

Nesta terça-feira, em audiência na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), duas jovens afirmaram terem sido estupradas em festas da Fmusp organizadas por veteranos da medicina. “Não são casos pontuais.

Desde o início me chamou atenção esse caráter coletivo, essa cultura de violação aos direitos, uma cultura opressora e violenta”, afirmou a promotora Paula Figueiredo, da Promotoria de Direitos Humanos, à reportagem. De acordo com a promotora, o objetivo do inquérito é buscar mecanismos para reforçar, por meio de campanhas, uma mudança de estrutura interna que acabe com este tipo de ocorrência.

Segundo o inquérito, as vítimas relataram que houve tentativa de “ocultar os casos” para “evitar exposição à imagem da universidade”. Uma das vítimas, que chegou a relatar anonimamente pela imprensa o episódio em que foi estuprada, afirmou que tem sido humilhada.

O inquérito ainda cita dois casos concretos de discriminação contra homossexuais da Faculdade de Direito em festas da Fmusp. Um jovem, que pediu para não ser identificado, disse ter sido impedido de entrar em uma ala da festa Carecas no Bosque, que só aceitava casais heterossexuais. Outro rapaz foi expulso da festa pelo mesmo motivo.

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A promotora pediu à USP que informasse todas as notícias recebidas nos últimos cinco anos relacionadas a violações sexuais ou discriminação, além de detalhamento dos mecanismos de punição aos casos pela universidade. O inquérito ainda pede informações sobre matérias da grade curricular que envolvam fundamentos de direitos humanos.

Uma das alunas que denunciou nesta terça na Alesp o episódio em que foi estuprada afirmou que vem recebendo ofensas e ameaças pelas redes sociais. “Essa escória da Fmusp deveria ser extirpada da humanidade…lixos…essas prostitutas sujas deveriam sumir e ir cursar algo mais condizente com a mentalidade essência delas”, disse um estudante. “Dia de luto para a grande Casa de Arnaldo” (…) Vejo punhados de infelizes alunos que não fazem a menor ideia de onde estão, da grandiosidade da Casa em que pisam, querendo minar mais de 100 anos de História”, escreveu uma usuária em sua página pessoal.

(Com Estadão Conteúdo)

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