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Haddad banaliza problemas para defender Enem

Ministro da Educação falou por quase três horas a parlamentares e tentou justificar as falhas recentes com a prova lembrando problemas anteriores

Por Gabriel Castro
16 nov 2010, 14h05

Em audiência na Comissão de Educação do Senado nesta terça-feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a credibilidade do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), minimizou os problemas com o cartão de respostas da prova e prometeu resolver o caso com “transparência”. Haddad também garantiu que o ministério vai fazer um “pente fino” para checar a ocorrência de falhas em cada prova e resolver os problemas sem comprometer o cronograma.

Tentando defender a credibilidade do teste, o ministro usou uma curiosa argumentação para minimizar a falha na impressão dos cadernos de prova: nivelou por baixo. “Nas 14 edições do Enem não houve uma única edição em que nós não tivemos que enfrentar um problema técnico dessa natureza. Sempre que há um problema, há uma solução cabível que não o cancelamento da prova”, afirmou.

Mais provas – O ministro também disse que chamada Teoria da Resposta ao Item (TRI), aplicada no Enem, permite a aplicação de provas distintas para uma mesma avaliação – o que tornaria desnecessária a aplicação de uma prova para todos os mais de 4 milhões de inscritos no Enem. “Essa tecnologia é nova para o Brasil, mas é velha para o resto do mundo”, garantiu.

Fernando Haddad cogitou ampliar a validade da nota do exame para efeito de ingresso em universidades: “Nada impede que nós atribuamos validade de dois anos, por exemplo”. O ministro defendeu ainda a aplicação de mais de uma prova do Enem por ano: para ele, a medida diminuiria o risco de problemas com o gigantismo da avaliação.

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“Com mais de uma edição por ano, os inscritos em cada prova vão se reduzir”. Dessa forma, acredita o ministro, haverá mais gráficas qualificadas para a impressão do material. Nós teríamos menos atropelos, mais tranquilidade e mais parceiros”, declarou.

Ao mesmo tempo, Haddad rejeitou a ideia de uma regionalização da prova: “Regionalizar dependeria de um banco de itens que se constitui ao longo de anos, e não de meses”.

Críticas – Em quase três horas de audiência, Haddad ouviu questionamentos dos parlamentares da oposição. “Diante de uma bagunça dessas o senhor ainda acredita que o exame foi um sucesso?”, indagou Alvaro Dias (PSDB-PR) – que também perguntou se o governo pretende indenizar os estudantes que tiveram transtornos com as falhas. A questão não foi respondida. A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) disse que o governo trata o Enem com “descaso”, e pediu a aplicação de provas regionalizadas.

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Os senadores de oposição também questionaram a indicação de Joaquim Soares Neto para a presidência do Inep. Ele havia comandado o Centro de Seleção e Promoção de Eventos (Cespe) da Univerisdade de Brasília. E o Cespe é justamente um dos institutos que auxiliam o Inep na elaboração da prova. ” É colocar o cabrito cuidando da horta”, comparou Alvaro Dias. O ministro afirmou que a nomeação não caracteriza conflito de interesses.

Mais cedo, o ministro também alegou a jornalistas que não será possível marcar a nova prova para os estudantes prejudicados sem uma avaliação sobre o número de afetados pelas falhas.

Problemas – Pelo menos 2 mil estudantes encontraram problemas com o caderno de respostas do Enem, na prova realizada no fim de semana retrasado. Havia questões trocadas e algumas perguntas não foram impresas. Esses inscritos terão de realizar uma nova prova.

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A Justiça Federal no Ceará chegou a suspender a avaliação depois que a falha foi descoberta, mas a decisão foi revertida.

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