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Presidente do Inep admite que vazamento de dados do Enem ocorreu por “fragilidade no sistema”

Ministro da Justiça coloca a Polícia Federal à disposição para ajudar nas investigações sobre o vazamento de dados

Por Luciana Marques
4 ago 2010, 16h24

O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Joaquim Soares Neto, admitiu nessa quarta-feira que a divulgação indevida dos dados de 12 milhões de participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ocorreu por uma “fragilidade no sistema”. Segundo ele, o problema já foi corrigido e os dados estão em sigilo. O ministério da Educação afirmou que vai apurar o caso. Já o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que a Polícia Federal está à disposição para ajudar nas investigações sobre o vazamento de dados pessoais dos estudantes.

Para Barreto, o vazamento de informações dos candidatos do Enem é menos grave do que o roubo da prova no ano passado. “É um vazamento de dados pessoais que não deveriam estar sobre domínio publico, mas é menos grave do que evidentemente o vazamento de uma prova. Mesmo assim, estamos atentos”, declarou.

A opinião do ministro, contudo, diverge da opinião de especialistas da área de segurança. Ficaram disponíveis na rede nomes, números de RG e CPF, data de nascimento e nome da mãe dos inscritos no Enem. As informações ficaram abertas para quem acessasse a página do Inep, mantida pelo Ministério, das 14h às 17h de terça-feira.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o titular da Delegacia de Estelionato do Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado (Deic), Eduardo Gobetti, alerta que um banco de dados como esse é um prato cheio para a ação de criminosos. “Tudo o que um golpista quer são informações pessoais como essa”, diz.

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O delegado explica que, com o CPF, RG e o nome de uma pessoa é possível cometer uma série de crimes – da confecção de documentos falsos à tentativa de abertura de empresa fictícia, contas bancárias e pedidos de financimantos. “O criminoso comete os crimes, mas consegue ficar com o nome limpo. Por outro lado, um garoto pode chegar à maioridade com nome sujo.”

As listas que vazaram eram utilizadas para controle interno do Inep, que organiza o Enem. Links na página do instituto davam acesso a todas essas informações sem que houvesse a necessidade de senha. Geralmente, essas listas são acessadas por instituições de ensino, que avaliam a concessão de bolsas de estudo a partir dos dados informados pelos estudantes.

Em outubro do ano passado, o Ministério da Educação precisou adiar a realização do Enem após o vazamento da prova. Depois do episódio, a USP, a Unicamp e a PUC-SP desistiram de utilizar a nota do exame em seus processos seletivos.

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