O índice de abstenção nesta edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ficou em 27,9%, um percentual ligeiramente superior ao da edição anterior. Em 2010, a parcela de candidatos ausentes foi de 29,2%. No ano seguinte, 27,6%. Ao todo, cerca de 4,2 milhões de alunos – dos 5,7 milhões de inscritos – compareceram aos dois dias de prova.
O Ministério da Educação (MEC) afirma não ter registrado nenhuma ocorrência grave durante a realização do exame. “Não tivemos até agora nenhum indício que pudesse arranhar a credibilidade e a eficiência do Enem”, disse o ministro Aloizio Mercadante na noite deste domingo. No entanto, houve problemas localizados.
Em Amargosa (BA), fortes chuvas destelharam escolas e impediram a conclusão da prova. Na mesma região, outras quatro cidades foram afetadas pela falta de energia. Nesses casos, entretanto, a realização do exame foi concluída. Em Rio Branco, no Acre, a prova dos alunos sabatistas — cuja religião pede para reservar o dia de sábado, só liberando-o a partir do pôr-do-sol — foi interrompida por um apagão na noite do sábado. Já no Rio de Janeiro, alguns alunos com deficiência visual não receberam as condições adequadas para a realização do exame.
Em todos os casos em que não foi possível a aplicação total da prova, os alunos terão uma nova chance de fazer o Enem. Entre eles está Pâmela Oliveira, de Sidrolândia, no Mato Grosso do Sul, que deu à luz momentos antes de iniciar o exame. O novo Enem será aplicado nos dias 4 e 5 de dezembro, segundo o MEC.
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Nos dois dias de prova, 65 inscritos foram eliminados por publicar nas redes sociais fotos do caderno de provas, o que viola as normas do Enem. “Como se fosse uma brincadeira, eles jogaram fora a oportunidade deles. Essa responsabilidade tem que ser compartilhada com todos. É um momento muito importante para a grande maioria dos jovens”, disse Mercadante.
Em Mato Grosso, policiais tentaram entrar em um local de prova para deter um candidato contra o qual havia um mandado de prisão expedido. Os organizadores do Enem, entretanto, só permitiram a abordagem após o fim da prova.
Boatos – O ministro da Educação disse ainda que pediu à Polícia Federal que apure o autor de boatos que circularam na internet na manhã de sábado dando conta de que o Enem havia sido cancelado. De acordo com Mercadante, a informação original foi divulgada por um usuário do Twitter, morador de Campinas. Mercadante defendeu uma mudança na lei para impedir a circulação de informações falsas que prejudiquem os candidatos. “Nós precisamos ter uma legislação que seja capaz de tratar dessas situações”, disse ele.
O Enem foi aplicado neste fim de semana. No primeiro dia de provas, foram 90 questões de ciências humanas e da natureza. No segundo, foram mais de 90 questões sobre linguagens e matemática, além de uma redação. Em parceria com o Anglo Vestibulares, o site de VEJA publicou a correção da prova. O gabarito oficial do Enem só deve ser divulgado na quarta pelo MEC.
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