Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Educador Nota 10: uma aula que leva à Lua

Reportagem de VEJA desta semana mostra o bom exemplo do biólogo que despertou em jovens e adultos o interesse pela ciência ensinando astronomia

Por Gabriele Jimenez
21 out 2012, 08h11

O biólogo Felipe Bandoni de Oliveira, 33 anos, integra um grupo raríssimo. Ele está entre o 0,08% dos professores do ensino fundamental brasileiro que enverniza o currículo com um título de doutor. Nascido no interior de São Paulo, Felipe especializou-se em genética, dedicando-se à investigação sobre a evolução do crânio dos macacos – pesquisa que o fez ficar imerso nos museus de história natural da Europa durante um ano. Voltou ao Brasil sabendo exatamente o que queria: retornar à sala de aula como professor de ciências, carreira que iniciou aos 23 anos inspirado na trajetória dos pais, um físico e uma psicóloga também docentes. Hoje à frente de classes noturnas no Colégio Santa Cruz, em São Paulo, ele lida com a complexidade de apresentar conceitos científicos a jovens e adultos de baixa renda nos anos finais do ensino fundamental. Não nivela a turma por baixo. Ao contrário: Felipe decidiu ensinar ali astronomia. Falou de Galileu, quebrou crenças levando à escola artigos de publicações respeitadas, projetou no teto da sala um céu estrelado em que se vê o movimento dos astros e proporcionou aos alunos uma experiência única: observar a Lua com um telescópio. “Atingi o meu objetivo de despertar o gosto pela ciência”, festeja.

Por esse trabalho, na semana passada ele recebeu o prêmio Educador Nota 10, concedido pela Fundação Victor Civita a dez professores do ensino básico e a um diretor de escola. Felipe foi o destaque do grupo. Suas lições reforçam a ideia de que não é preciso nada de muito mirabolante para dar uma boa aula, só o básico: que o professor domine o assunto e consiga traduzi-lo com o mesmo entusiasmo que espera ver em seus alunos. Fazer isso numa turma que volta a estudar na idade adulta, com tantas lacunas acumuladas, reforça seu mérito. No Brasil, há 5 milhões de jovens e adultos matriculados na escola. Seu retorno à sala de aula é bem-vindo num país onde quase um terço da população acima de 15 anos não consegue depreender o significado de um texto simples. Entre os jovens, metade não conclui o ensino médio. “Com mais estudo e treinamento profissionalizante, eles podem ajudar a resolver o apagão de mão de obra brasileiro”, diz o especialista Bruno Novelli, da ONG AlfaSol. O exemplo do biólogo Felipe Bandoni aponta o caminho.

Confira as reportagens da edição de VEJA desta semana

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.