Direito, Medicina e Poli da USP aceitam cotas, mas rejeitam Pimesp
Unidades se posicionaram contra a criação de um curso superior de dois anos destinado a alunos da rede pública, em substituição ao vestibular
As tradicionais faculdades de Medicina, Direito e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) rejeitaram o projeto de cotas proposto pelo governo paulista, batizado de Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Público Paulista (Pimesp). As unidades se posicionaram favoravelmente à adoção de uma política de cotas, que imponha metas a serem alcançadas, mas não como o Pimesp projeta.
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O projeto do Pimesp está em discussão nas três universidades e sua adoção depende de aprovação dos conselhos universitários. Na USP, no entanto, o posicionamento das três unidades pode ser decisivo: Medicina, Direito e Engenharia estão entre os cursos mais concorridos e com as menores proporções de alunos da rede pública na instituição.
A faculdade de Medicina propõe a criação de um programa de avaliação continuada para encontrar os melhores alunos das escolas públicas. Até que o projeto se concretize, a ideia defendida é ampliar a bonificação do Inclusp, programa que concede pontuação extra no vestibular da USP a estudantes da rede pública, mas sem contemplar critérios raciais.
Para a faculdade de Direito, o Pimesp não atende aos “objetivos de democratização do acesso à universidade”. A unidade pede mais estudos sobre inclusão. “Não há dados que justifiquem uma preparação prévia para que os cotistas entrem na universidade”, diz documento elaborado pela unidade.
O porta-voz do Pimesp, Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp e atual presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp), admite que o programa pode ter sua adoção adiada e não ser lançado já no vestibular deste ano, como desejava o governo estadual. “Se a coisa andar nesse ritmo, é preciso refletir sobre a dinâmica de implementação do programa. Precisamos buscar uma solução conjunta”, afirmou.
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(Com Estadão Conteúdo)