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Cursos mais procurados da USP, como Medicina e Direito, recebem menos alunos da rede pública

Nas 56 graduações com menos de cinco candidatos por vaga, a taxa de alunos da escola pública é de 45,8%. Já no grupo de 20 cursos de maior disputa, cai para 25,7%

Por Da Redação
4 jun 2015, 09h20

A proporção de calouros da rede pública nos cursos de baixa concorrência da Universidade de São Paulo (USP) é quase o dobro da registrada nas carreiras mais procuradas, como Medicina e Direito. Nas 56 graduações com menos de cinco candidatos por vaga no último vestibular, a taxa de alunos da escola pública é de 45,8%. Já no grupo de 20 cursos de maior disputa, cai para 25,7%. A média geral da USP é de 35,1%.

Os números por carreira estão tabulados em documento da Pró-Reitoria de Graduação, obtido pelo Estado. A USP nunca usou cotas, mas bônus no seu vestibular, a Fuvest, para candidatos da rede pública e pretos, pardos e indígenas (PPI). O objetivo da USP é ter, até 2018, metade de calouros da rede pública em cada curso, com 35% de PPI, proporção equivalente à população paulista. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) chegou a sugerir essa meta já para o ano que vem, mas a universidade recusou.

Com o objetivo de aumentar a inclusão, a USP vai decidir neste mês se usa o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para preencher parte das cadeiras. A ideia é reservar, na média, 15% de vagas para alunos de escola pública via Enem. Mas a mudança, prevista para o próximo processo seletivo, ainda depende do aval das faculdades e dos conselhos superiores da USP.

Na proporção de ingressantes PPI também há desigualdades fortes. No grupo de carreiras de baixa concorrência – boa parte de licenciaturas e cursos noturnos -, a taxa é de 24,5%. Já nas 20 mais procuradas é de 14,1%, ante 18,8% na média da USP. Algumas graduações top, como Medicina em Ribeirão Preto, matricularam calouros pardos, mas nenhum preto.

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Apesar do avanço de inclusão na USP nos últimos anos, os números mostram fragilidades da política adotada. “O bônus tem esse perfil conservador, de não fazer a inclusão igualmente em todos os cursos”, explica João Feres Júnior, pesquisador da área de ações afirmativas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

Como dá pontos extras, e não reserva vagas, o modelo costuma ter efeito menor em carreiras disputadas, em que a nota de corte é alta. A Lei de Cotas, diferentemente, fixa o mesmo patamar para cada curso e turno das instituições federais de ensino superior. Até 2016, serão 50% de alunos da rede pública, com taxa de PPI equivalente à distribuição populacional de cada Estado. Para Feres Júnior, os resultados da USP ainda são “pífios”.

(com Estadão Conteúdo)

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