Crise afeta orçamento de universidades públicas paulistas
Unicamp e Unesp anunciaram medidas para cortar gastos. Federais já temem redução no repasse de verbas
A crise financeira que causou cortes e reduções no orçamento da Universidade de São Paulo em 2014 já atinge as outras duas universidades estaduais paulistas – Unicamp e Unesp. Nesta sexta-feira, as duas instituições anunciaram contingenciamento de reservas, congelando novas contratações e reduzindo despesas com reparos e ampliação nos campi.
A medida, segundo a reitoria da Unicamp, se deve ao baixo crescimento da arrecadação do ICMS paulista, principal fonte de financiamento das universidades do Estado. O governo repassa 9,5% do imposto para as instituições de ensino superior. A maior parte, 5,029%, é destinada para a USP, e o restante repartido entre as duas outras universidades.
Além de congelar contratações, a universidade de Campinas também pediu a redução de 10% na quantidade de horas-extras autorizadas para 2015 e a redução de gastos com infraestrutura no campus. Com as medidas, o corte previsto pela Unicamp é de 61,2 milhões de reais.
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Já a Unesp pretende cortar 36 milhões de reais do orçamento deste ano. Para isso, vai reduzir materiais de consumo e obras previstas, além de também cortar horas-extras. “Em função da atual conjuntura econômica do país e de nosso Estado, que já é de conhecimento de todos, a Unesp deixou de receber 8,4 milhões de reais nos dois primeiros meses do ano”, disse a reitoria em nota.
Ainda segundo a reitoria, as suspensões temporárias “são um ato de responsabilidade no sentido de realizar uma gestão realista perante a conjuntura nacional, estadual e da universidade”. Na USP, o corte de gastos também incluiu a demissão voluntária e o congelamento salarial de funcionários administrativos e docentes.
Corte federal – As universidades federais publicaram nesta sexta-feira um manifesto no qual revelam temor de cortes no repasse de verba. No documento, pedem que o governo libere ‘urgentemente’ o orçamento do Ministério da Educação para 2015 e solicitam a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) no setor, conforme previsto pela lei do Plano Nacional de Educação. Como o orçamento de 2015 ainda não foi definido, o valor que será destinado às universidades ainda não foi determinado.
O Fórum em Defesa da Educação Superior Pública, que reúne as instituições federais, também pede o aumento de verba para ciência e tecnologia e a contratação de novos professores e técnicos administrativos.
(Da redação)