Aprovação na décima edição do Exame da OAB cresce
Cerca de 27% dos quase 125.000 bacharéis em direito inscritos foram aprovados. Em edições anteriores, taxa variou entre 10% e 26%
A taxa de aprovação do décimo Exame Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subiu, na comparação com provas anteriores, revelam números obtidos com exclusividade pelo site de VEJA. Dos 124.923 inscritos na avaliação, realizada entre abril e junho deste ano, 33.954 foram aprovados – ou 27,1% do total. No exame anterior, a aprovação foi de apenas 10,6%, a mais baixa da história. Contudo, segundo a própria OAB, o correto é comparar o resultado obtido agora com o registrado na sexta edição, quando a aprovação foi de 26%. Isso porque ambas as provas, a sexta e a décima, foram as primeiras avaliações dos anos em quem foram aplicadas – 2012 e 2013, respectivamente.
Confira o raio-x da prova:
10ª EDIÇÃO DO EXAME DA OAB: APROVAÇÃO POR ESTADOS, ÁREAS JURÍDICAS E INSTITUIÇÕES DE ENSINO
“Tradicionalmente, os primeiros exames de cada ano registram índices de aprovação maiores. Neles, se concentram os bacharéis que acabaram de se formar. Já a segunda e a terceira provas atraem os candidatos reprovados na primeira prova do ano”, diz o presidente da OAB, Marcus Vinícius Coelho.
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Para Coelho, o índice relativamente baixo de aprovação – em torno de um quarto – reflete a má qualidade de ensino básico e superior do país. “Há um número grande de faculdades que não conseguem oferecer uma boa formação. Isso fica claro quando constatamos que existem instituições com índice de aprovação de 70% e outras com apenas 5%”, diz. “E há um problema adicional: muitos estudantes de direito tiveram uma formação deficitária nos ciclos fundamental e médio.”
O presidente da OAB afirma ainda que o aumento expressivo do número de cursos de direito ajuda a explicar a má qualidade de grande parte dos cursos. “Nos últimos vinte anos, o número de faculdades de direito passou de duzentos para 1.300. Esse crescimento numérico não foi acompanhado pela qualidade”, diz.
Os dados obtidos por VEJA revelam também que a taxa de aprovação entre os candidatos que fazem a prova pela primeira vez é mais alta do que entre aqueles que fazem a avaliação pela segunda ou terceira vez. Entre o primeiro grupo, o dos novatos, a aprovação foi de 37%, ante 23% dos repetentes.
“A tendência é que o aluno preparado consiga a aprovação logo na primeira prova. Os que não foram aprovados, tentam na segunda, mas têm uma dificuldade maior. Por isso, faremos uma repescagem a partir da próxima prova: o candidato reprovado na segunda fase do exame não precisará repetir a primeira.”
Diferenças regionais – Os dados relativos à décima edição do Exame apontam também diferenças representativas entre as notas médias obtidas por estudantes e bacharéis provenientes de diferentes estados do Brasil. Roraima obteve o menor índice de aprovação entre os estados: 15%. Já o mais bem colocado é Rio Grande do Sul, com 34%.