Após dois meses, Unicamp suspende greve
USP e Unesp continuam com paralisação de funcionários e professores
Os professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) decidiram na noite de quinta-feira suspender a greve que começou em maio. A decisão foi tomada após negociação com a reitoria de abono de 21% sobre o último salário. A retomada da greve, contudo, será discutida em setembro, quando os reitores da Unicamp, e também da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Estadual Paulista (Unesp), voltarão a discutir o reajuste salarial dos funcionários.
O abono, pedido pela associação de professores da Unicamp para cobrir a defasagem salarial desde maio, não se estende aos funcionários. Como ainda faltam reposição de classes e avaliações, o adiamento do início do segundo semestre letivo deve ser mantido. A previsão é que a instituição de Campinas retome as aulas apenas no dia 1º de setembro.
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As três universidades estaduais entraram em greve após o anúncio do congelamento dos salários para este ano. Desde então, todas as tentativas de negociação não surtiram efeito. Na USP, parte dos funcionários foi informada nos últimos dias sobre desconto por faltas no próximo pagamento. A confirmação do corte de ponto acontecerá na próxima quarta-feira, data de pagamento dos servidores.
Como protesto, os grevistas iniciaram um acampamento na frente do prédio onde será realizada, na semana que vem, a Feira de Profissões da USP. A medida contraria a determinação do Tribunal de Justiça de São Paulo, anunciada no dia 25, que impede a realização de piquetes e bloqueios de grevistas nos prédios da instituição, sob pena de multa. O juiz autorizou o uso da força policial em caso de descumprimento da decisão.
As três universidades vivem uma crise financeira causada pelo comprometimento entre 95% e 105% de seus orçamentos com salários. Os sindicatos de docentes e funcionários pedem que o porcentual chegue a 11,6%.
(Com Estadão Conteúdo)