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Aos 13 anos, criador de impressora feita com Lego gerencia marca de 2,5 milhões de dólares

Shubham Banerjee apresentou o aparelho de impressão em braile de baixo custo na Campus Party nesta quarta-feira

Por Bianca Bibiano
Atualizado em 30 jul 2020, 21h41 - Publicado em 4 fev 2015, 19h11

Dezenas de pessoas se reuniram na tarde desta quarta-feira na Campus Party para escutar a história do americano Shubham Banerjee, criador de uma inovadora impressora braile feita de peças de Lego. A impressora – que funciona perfeitamente, ainda que feita de um brinquedo – rendeu a Banerjee investimentos da fabricante de processadores Intel para que o projeto avançasse para além do protótipo.

A história é semelhante à de muitos jovens que anualmente se reúnem no Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, para levantar capital para seus projetos empreendedores. Não fosse por um detalhe: Banerjee tem apenas 13 anos de idade e é considerado a pessoa mais jovem a conseguir capital para sua startup.

O projeto que lhe rendeu destaque no universo dos empreendedores do Vale do Silício foi criado no início do ano passado para uma feira de ciências da escola. Usando um kit de robótica chamado Lego Mindstorms EV3, um microprocessador e um código de programação em Java, Banerjee conseguiu tirar das peças de Lego páginas impressas com micro furos, reproduzindo a escrita braile. O estudante conta que não fazia ideia de como os cegos faziam para ler. “Meu pai disse ‘procure no Google’ e, então, comecei a me interessar pelo tema”, contou em entrevista ao site de VEJA. “Eu montei e desmontei o modelo seis vezes até que ele realmente funcionasse. Nesse tempo, comecei a entender melhor a necessidade das pessoas cegas.”

Diante da genialidade do filho, Niloy Banerjee, indiano naturalizado americano, decidiu investir do próprio bolso a quantia de 35.000 dólares para criar a startup Braigo Labs.Tornou-se conselheiro da empresa de seu filho – com apenas 13 anos, Shubham não pode assinar documentos e negociar investimentos. A mãe, até então professora primária, assumiu o cargo de CEO. Menos de seis meses depois, a Braigo Labs é avaliada em cerca de 2,5 milhões de dólares.

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Tímido como a maioria dos adolescentes nessa idade, Banerjee recebeu a reportagem na sede da Intel em São Paulo antes de sua palestra para a Campus Party. Acompanhado do pai, falou sobre seus hobbies – beisebol e videogame -, do fato de não ter amigos de sua idade interessados em projetos de tecnologia e do trabalho árduo para chegar ao modelo atual. “Trabalhei na impressora sentado na cozinha de casa, com a ajuda do meu pai. Às vezes, seguíamos até a madrugada trabalhando no protótipo”.

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Mesmo com todo o capital que circula ao seu redor, o estudante afirma que não se importa com o dinheiro. “Meu objetivo é reduzir o custo das impressoras em braile, de aproximadamente 2.000 dólares, e torná-las acessíveis a quem realmente precisa”, explica. O custo estimado da impressora criada por ele é de 350 dólares. “Reduzi os valores em 82% e fico feliz em ver o retorno positivo das pessoas que estão usando a impressora”.

Com o investimento familiar e também da Intel, o sistema projetado por Banerjee ganhou vida em uma impressora ‘de verdade’, que já está sendo testada por entidades representativas de deficientes visuais. Ao todo, 25 instituições receberão a impressora este ano. No Brasil, a beneficiada será a Fundação Dorina Nowill para Cegos, que recebeu uma visita do jovem nesta manhã.

“As empresas não têm interesse em investir nesse mercado por pensarem que se trata de um público-alvo pequeno, mas o mundo tem mais de 280 milhões de deficientes visuais. A maioria vive em países em desenvolvimento e não tem condições de arcar com os custos das impressoras que existem no mercado”, afirma o pai do estudante. “Queremos que a impressora de Banerjee chegue a quem precisa, por isso o código de configuração também será aberto, permitindo adaptações para os mais variados idiomas”, orgulha-se o pai.

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