80% dos profissionais em postos de gerência querem trocar de emprego
Pesquisa ouviu mais de 7.500 homens e mulheres em todo o Brasil
Pesquisa elaborada pela Hays, consultoria global especializada no recrutamento de profissionais para cargos de gerência, em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), aponta que oito em cada dez brasileiros que ocupam esses postos querem trocar de emprego neste ano. Para 37,6% dos entrevistados, a busca de desenvolvimento pessoal e profissional é a principal razão para a mudança. Em segundo lugar, está a questão financeira, citada por 19%. O desejo de ter mais equilíbrio entre a vida profissional e pessoal aparece na terceira colocação, com 13,5%.
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Mark Bowden, diretor da Hays na Europa Continental e América Latina, afirma que, a despeito do desejo de mudança, os executivos podem se frustrar devido ao desempenho da economia brasileira. “O Brasil não cresce mais como em 2010 [ano em que o PIB avançou 7,5%]. Hoje, a situação é outra [analistas estimam que a economia avançará menos de 2,5% em 2013] e a inflação está em alta”, afirma.
A pesquisa revela que 64% dos entrevistados tiveram aumento salarial em 2012 superior à inflação. Ainda assim, muitos estão insatisfeitos: 44% consideram que têm uma remuneração aquém do que merecem. Para Bowden, o cenário requer cautela: “Profissionais que estão no topo das empresas têm contínuo crescimento salarial, mas sem necessariamente apresentarem aumento de produtividade”.
Apesar do cenário não muito favorável, o estudo aponta que há possibilidades para alavancar salários. A principal é a dificuldade que as empresas enfrentam para preencher postos de trabalho. Mais da metade dos empregadores ouvidos no estudo apontou a falta de profissionais qualificados como uma das maiores dificuldades do atual panorama econômico. Por essa razão, mais de 90% das organizações oferecem benefícios extra-salariais, como auxílio creche e bolsa de estudos, na tentativa de recrutar e reter talentos.
O Guia Salarial Hays/Insper 2013 ouviu empregadores de 700 empresas e mais de 7.500 profissionais. Desses, 69,1% são homens e 31%, mulheres. A maioria (58%) possui curso de pós-graduação e recebe salários acima de 5.000 reais (81,4%).
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