‘Vitória do ‘não’ mostra que a democracia não será chantageada’, diz Tsipras
Primeiro-ministro da Grécia comemorou vitória no plebiscito sobre medidas de austeridade. Conselho Europeu confirma cúpula para terça-feira
Por Da Redação
5 jul 2015, 19h57
O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, disse que a vitória do “não” no plebiscito deste domingo, sobre novas medidas de austeridade exigidas pelos credores do país, é “uma mostra de que a democracia não será chantageada”. Em discurso transmitido pela televisão grega, ele agradeceu aos eleitores por fazerem “uma escolha muito corajosa”. O ‘não’ venceu o referendo com 61,31% dos votos, contra 38,69% do ‘sim’.
Tsipras também disse que “o povo grego respondeu à verdadeira questão que estava colocada: que tipo de Europa queremos? A resposta é: uma Europa de solidariedade” e que “hoje nós celebramos a vitória da democracia. Amanhã, continuaremos nosso esforço nacional para chegar a um acordo com os credores”. O primeiro-ministro acrescentou que pediu ao presidente da Grécia, Prokopis Pavlopoulos, que convoque uma reunião de emergência com os líderes de todos os partidos políticos para esta segunda.
“A questão da nossa dívida agora estará na mesa de negociação, à luz do recente relatório do FMI sobre sua sustentabilidade”, disse também Tsipras. Na última quinta-feira, o FMI havia divulgado relatório no qual afirma que a dívida da Grécia precisará de uma reestruturação – posição que o governo grego vinha defendendo, em oposição à dos demais governos dos países da zona do euro. “Nossa prioridade imediata é restaurar o funcionamento de nosso sistema bancário e a estabilidade econômica”, disse Tsipras.
Sobre o risco de que a rejeição das medidas de austeridade exigidas pelos credores leve a Grécia a sair da união monetária europeia, o primeiro-ministro disse: “Estou ciente de que o mandato que me foi dado não é para uma ruptura com a Europa, mas um mandato que reforça nossa força de negociação para que se chegue a um acordo sustentável. Todos nós sabemos que não há soluções fáceis, mas há soluções justas. Há soluções sustentáveis. A partir de amanhã, a Grécia vai se sentar à mesa de negociações”.
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Europa – O presidente da França, François Hollande, se reuniu neste domingo com o primeiro-ministro do país, Manuel Valls, e com os ministros das Finanças, Michel Sapin, e de Assuntos Europeus, Harlem Désir, e outros membros do alto escalão do governo para avaliar as consequências do “não” no referendo da Grécia. A emissora “BFM TV” explicou que Hollande também ligou para os principais responsáveis das instituições europeias: Jean-Claude Juncker (Comissão Europeia), Donald Tusk (Conselho Europeu) e Martin Schulz (parlamento europeu).
Fontes do Palácio do Eliseu informaram também da conversa do chefe de Estado francês com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, que irá a Paris amanhã para discutir uma posição comum dos dois países após o referendo grego. Hollande não deve se pronunciar publicamente sobre o resultado do referendo até o fim do encontro com Merkel, programado para ocorrer às 18h30 locais desta segunda-feira (13h30 em Brasília).
A reunião servirá para evitar discordâncias que ficaram em evidência nesta semana após a convocação do referendo pelo primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras. O presidente francês e a chanceler alemã mostraram na conversa de hoje respeito pela decisão do povo grego e pediram a convocação de cúpula extraordinária da zona do euro para terça-feira, em Bruxelas, solicitação já aceita por Tusk.
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