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Venda de carros levará dez anos para se recuperar

Vendas em 2016 devem ser similares às de uma década atrás, quando o Brasil tinha nove fábricas de automóveis a menos que hoje

Por Da Redação
15 Maio 2016, 11h15

Após nove anos de crescimento contínuo, o mercado de carros novos freou em 2013 e, desde então, só acumula retrações. Neste ano, pelas projeções do setor, as fábricas devem comercializar no país perto de 2 milhões de veículos, o que significará retroceder ao mercado de dez anos atrás, quando havia nove fábricas a menos do que hoje.

“A capacidade ociosa cresceu muito e, mesmo que ocorra uma recuperação do mercado, vai levar pelo menos uma década para o setor recuperar a plena capacidade”, diz João Morais, economista da Tendências Consultoria, especialista em setor automotivo. Ele lembra que o ambiente de insegurança afugenta o consumidor de bens de alto valor, como o automóvel. “O que o governo de Michel Temer precisa fazer é gerar um cenário de maior previsibilidade.”

Não faz muito tempo o cenário era outro. Os anos de bonança, regados a crédito farto, incentivos fiscais, aumento da renda e queda do desemprego elevaram o mercado brasileiro de um patamar de vendas de 1,57 milhão de carros e caminhões em 2004 (um ano após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumir a presidência da República) para 3,8 milhões em 2012 (também um ano após a posse de Dilma Rousseff, afastada do cargo na semana passada).

A partir de 2013, o mercado começou a regredir. Foram vendidos 3,76 milhões de veículos, volume que baixou para 3,49 milhões no ano seguinte e para 2,56 milhões em 2015. Recuperar o nível recorde de 2012 vai levar ao menos uma década, preveem analistas do setor automobilístico.

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De janeiro a abril deste ano, as vendas caíram 27,9% em comparação com o mesmo período de 2015, somando 644.200 mil veículos. Assustados com o desemprego e com a confiança em baixa, consumidores desapareceram das concessionárias. A produção de veículos acompanha a queda drástica das vendas e hoje as montadoras operam com menos da metade de sua capacidade instalada, de cerca de 5 milhões de veículos anuais.

No ano passado, 14.400 mil trabalhadores foram demitidos pelas montadoras de veículos e máquinas agrícolas. Neste ano, até abril, já foram mais 1.400. As concessionárias cortaram 32.000 vagas em 2015 e 16.500 neste ano. As autopeças eliminaram 29.800 mil empregos no ano passado e projetam 8.400 mil cortes entre janeiro e dezembro.

Além disso, as montadoras mantêm 42.000 funcionários – 32% de seu efetivo – no Programa de Proteção ao Emprego (PPE, que reduz jornada e salários) e em lay-off (contratos de trabalho suspensos).

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Na opinião de Morais, Temer pode começar a reverter esse quadro, por ter força política para restabelecer a governabilidade. Com isso, diz ele, será possível destravar parte do crédito e da demanda, especialmente de consumidores que aguardavam uma definição da crise para seguir adiante com seus planos.

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