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Vanádio, uma aposta incomum entre as commodities brasileiras

Recuperação da demanda pelo minério, utilizado para aumentar a resistência do aço, dá novo fôlego à única mina de vanádio da América Latina, localizada na Bahia

Por Da Redação
26 jun 2016, 13h07

Um imenso balé de operários, gruas e caminhões trabalha em ritmo frenético no interior da Bahia, onde as entranhas da terra são reviradas para extrair, moer, derreter e prensar em lâminas o vanádio. Quase desconhecido se comparado com o minério de ferro, uma das principais commodities (os produtos básicos, matérias-primas da indústria) brasileiras, o vanádio é utilizado principalmente como aditivo para fortalecer o aço e reduzir seu peso. Com ele, é possível construir edifícios mais resistentes a terremotos ou automóveis mais seguros.

Os preços do vanádio caíram nos últimos tempos, assim como os de outras matérias-primas, descendo a 2,40 dólares a libra (413 gramas) em dezembro de 2015, seu menor valor já registrado. Muitos produtores quebraram ou abandonaram o negócio, mas uma demanda renovada pelo material deu fôlego adicional ao trabalho da mineradora canadense Largo Resources na Bahia. A companhia é responsável pela exploração da Maracás Menchen, a única mina de vanádio da América Latina.

Cerca de 500 pessoas trabalham na mina baiana, localizada a 400 quilômetros a oeste de Salvador. A Largo Resources é dona de 90% da propriedade.

Segundo a empresa, a Maracás Menchen tem o vanádio mais puro do mundo, extraído a um custo mais competitivo do que o do maior produtor mundial, a China. A mina baiana também tem essa vantagem em relação à Rússia e à África do Sul, outros grandes produtores, de acordo com a companhia.

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O vanádio, um metal cinzento e brilhante, é usado na fabricação de aço inoxidável para material cirúrgico, na indústria aeroespacial, em componentes de reatores nucleares e imãs supercondutores. Em maio deste ano, a Maracás Menchen registrou uma produção recorde de 780 toneladas. A mina tem uma capacidade de 9.700 toneladas, reservas provadas de 18,4 milhões de toneladas e vende atualmente 100% de sua produção à multinacional de commodities anglo-suíça Glencore.

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“Com uma pequena quantidade de vanádio – falo de 500 gramas por tonelada de aço -, melhoramos a qualidade da resistência do aço em 30%, o que significa que na construção de automóveis podemos reduzir a massa em 30%”, diz Paulo Misk, presidente da Largo Resources no Brasil. “Isso poupa combustível (porque o transporte é menor) e reduz o impacto ambiental de toda a cadeia de aço. É por isso que eu digo que é um metal verde.”

Depois de descer a seu mínimo histórico, o preço do metal começou a se recuperar. No momento, ele está na casa dos 4 dólares a libra, o que representa mais de 60% de valorização nos últimos seis meses.

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“A escassez no abastecimento cria tensões no mercado, e isso faz que os preços subam”, disse Mark Smith, presidente global da companhia, em uma visita feita na semana passada à operação baiana. Ele acredita que haverá escassez de vanádio neste ano e em parte do ano que vem.

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