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Vai sobrar menos para as compras de Natal, diz instituto

Para especialista, elevado endividamento assumido no passado e aumento do crediário estão comprometendo mais a renda dos brasileiros

Por Da Redação
10 out 2012, 10h27

Deve sobrar menos dinheiro no bolso do brasileiro para ir às compras neste fim de ano em relação ao que restou no Natal de 2010 e de 2011. Depois de pagas todas as despesas obrigatórias com alimentação, moradia, vestuário, transporte, educação, saúde e crediário, 282 reais por família por mês estarão disponíveis para consumo de hoje até o fim de dezembro.

Essa cifra é quase 30% menor em relação à que sobrou no ano passado (396 reais) e 40% abaixo da disponível no último trimestre de 2010 (477 reais), quando o Natal foi o melhor da década. A disponibilidade de recursos para consumo neste ano só não é inferior à obtida em 2009. Sob o impacto da crise financeira internacional, restaram, no quarto trimestre daquele ano, 243 reais por mês para cada família gastar.

As cifras fazem parte da Pesquisa Trimestral de Intenção de Compra do Programa de Administração do Varejo da Fundação Instituto de Administração (Provar/FIA). Os cálculos levam em conta informações trimestrais obtidas de 500 consumidores, com renda média familiar atualizada de 3 mil reais, que foram combinadas com a estrutura de gastos das famílias, apurada pela Pesquisa de Orçamento Familiar do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Explicações – Segundo o presidente do Conselho do Provar, Cláudio Felisoni de Angelo, responsável pela pesquisa, está é uma redução bem significativa na sobra de dinheiro para consumo neste fim de ano. Ele ressalta que o elevado endividamento, assumido pelos consumidores no passado, quando os juros eram mais altos, ainda pesa no orçamento familiar.

Além disso, os estímulos dados pelo governo às compras financiadas, por meio da redução das taxas de juros e dos impostos sobre os bens duráveis, ampliaram recentemente a parcela dos gastos com crediário na renda familiar. Prova disso é que, no segundo trimestre, por exemplo, a fatia da renda familiar comprometida com pagamento de prestações do crediário era de 16,1%. E, neste trimestre, subiu para 18,9%, aponta a pesquisa.

Felisoni prevê que o maior comprometimento da renda familiar com prestações deve resultar num Natal fraco. Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “o Natal não vai ser exuberante, nada fantástico como o de 2010. Provavelmente, teremos um crescimento real entre 3% e 4% no faturamento. Isso é perfeitamente factível.”

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A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) também projeta crescimento moderado entre 3% e 4%. Até setembro, no entanto, o aumento no número de consultas para vendas a prazo e à vista, registrado pela entidade, ficou abaixo do intervalo de crescimento previsto para o Natal. Foi apenas 2,6% acima do volume obtido em 2011. Como a renda deve continuar crescendo e o crédito estimulado, Felisoni diz que o que pode desequilibrar o cenário do consumo é a inadimplência.

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Recuperação – Para o economista da ACSP, Emílio Alfieri, as chaves da recuperação da economia estão com o governo e com o setor privado. O governo já está atuando com incentivos ao consumo e o setor privado está tentando equacionar a inadimplência. Nesse sentido, as lojas começaram a fazer a sua parte.

Nos últimos meses, várias empresas especializadas em informações financeiras anteciparam as campanhas de renegociações de dívidas em atraso. A intenção é que desta vez o 13º salário seja usado para consumo, não para o pagamento de dívidas em atraso, como tem ocorrido nos últimos anos.

“Com a antecipação das renegociações, o comércio quer exorcizar o calote. Com isso, o desempenho do Natal pode surpreender”, pondera Alfieri. Nesta quarta-feira, a Serasa Experian divulgou desaceleração da inadimplência neste ano.

O resultado de vendas do Natal é a peça-chave para o ritmo de recuperação da atividade, especialmente porque dará o tom do ritmo da indústria no início de 2013. Normalmente, a data multiplica por dois o faturamento do varejo no último trimestre.

(Com Agência Estado)

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