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Uso de térmicas a diesel já tem reflexo na balança comercial

Importações do combustível tiveram um salto de 40% na passagem de dezembro para janeiro

Por Da Redação
4 mar 2014, 09h22

Os riscos de apagão e de prejuízos à safra não são os únicos problemas causados pela estiagem prolongada. O acionamento de usinas térmicas a óleo diesel, por causa do baixo nível dos reservatórios, já afeta a balança comercial brasileira. As importações do combustível tiveram um salto de 40% na passagem de dezembro para janeiro, mês em que as termelétricas movidas a óleo diesel começaram a ser acionadas.

Radar: Uso das térmicas está no limite

Em dezembro, o Brasil importou 797.624.138 quilogramas (kg) de óleo diesel, ao custo de 735,54 milhões de dólares. Em janeiro, o volume passou para 1.116.821.012 kg (1,036 bilhão de dólares), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. “A gente já importa muito óleo diesel, mas, com as térmicas ligadas, a Petrobras está sendo obrigada a importar ainda mais”, disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). “Esse aumento (na importação) é puxado pelas térmicas mesmo.”

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que quinze usinas termelétricas a óleo diesel estão em operação desde janeiro, com capacidade de produção de 561 MW: Palmeiras de Goiás, 176 MW (SE/CO); Daia, 44 MW (SE/CO); Goiânia II, 140 MW (SE/CO); Xavantes, 54 MW (SE/CO); e onze usinas da empresa Enguia, sendo 95 MW no Ceará e 52 MW na Bahia. Essas térmicas foram entrando em operação gradativamente ao longo do mês, com as de maior porte sendo acionadas na última semana de janeiro.

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O presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antônio Veloso, disse que essas usinas costumam ser notificadas com pelo menos uma semana de antecedência. Dessa forma, elas têm tempo hábil para se planejar e estocar combustível suficiente para alguns dias de geração ininterrupta. “As usinas trabalham com uma estocagem interna equivalente de três a cinco dias de consumo até que toda a difícil logística de recebimento do combustível seja realizada”, disse Veloso.

Todas essas usinas a óleo diesel ainda estão operando neste momento, o que deve sustentar o alto patamar de importação do combustível também nos números de fevereiro. “Eu vejo um problema sério do impacto das térmicas na recomposição da balança comercial. Boa parte da importação de óleo em janeiro era para termoelétricas. E as térmicas vão continuar pressionando a balança, porque São Pedro ainda não ajudou”, alertou o economista Pedro Paulo Silveira, diretor da gestora de recursos Vetorial Asset Management.

Até domingo, o nível dos reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste estava em 34,63%, um dos piores níveis desde 2001, quando houve o racionamento. No Nordeste, o armazenamento era de 42,17%, segundo dados do ONS.

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Petróleo – As importações de petróleo e derivados subiram consideravelmente no início deste ano em relação ao mesmo período de 2013, apontou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A importação de petróleo e derivados aumentou 29% em janeiro de 2014 ante janeiro de 2013 – o cálculo desconta o montante importado pela Petrobrás no fim de 2012, mas só declarado em janeiro do ano passado.

Nos primeiros dez dias úteis de fevereiro deste ano, a importação de petróleo e derivados foi 142 milhões de dólares maior do que no mesmo período de 2013. O presidente da AEB, José Augusto de Castro, ressalta que a alta não pode ser atribuída apenas ao crescimento na frota de veículos, por causa da magnitude da expansão.

“Na verdade, só o aumento de carros não explicaria esse aumento no consumo. Ainda houve aumento do teor de etanol na gasolina no período”, lembrou Castro. “E o aumento na importação foi quantidade importada, porque não houve alta de preço”, ressaltou.

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(Com Estadão Conteúdo)

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