Uma em cada quatro famílias gasta mais de 30% com aluguel
Síntese de Indicadores Sociais mostra que renda de um quarto da população é comprometida por gastos com moradia. Pobres são os mais prejudicados
Um em cada quatro domicílios urbanos alugados no país são um problema para os inquilinos, que têm de reservar mais de 30% da renda para pagar pela moradia, restringindo gastos com outras necessidades básicas. O número faz parte da Síntese de Indicadores Sociais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira, que tem como base dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013.
Conforme o instituto, a população de baixa renda é a que mais sofre com o peso dos aluguéis. Entre todos os domicílios alugados, 25,7% se encaixam na categoria “ônus excessivo”, ou seja, cujo aluguel excede o patamar definido por organismos nacionais e internacionais, segundo o IBGE. Na faixa de domicílios onde a renda per capita é de até meio salário mínimo, essa proporção sobre para 55%.
Leia mais:
Inflação do aluguel tem alta de 0,98% em novembro
Inflação do aluguel acelera em outubro
Preços administrados estão entre vilões da inflação
“Um valor de aluguel que corresponda a uma parcela elevada do rendimento domiciliar pode indicar uma situação de vulnerabilidade, na medida em que os gastos com moradia estarão comprimindo a renda disponível para satisfazer outras necessidades da unidade domiciliar, especialmente no caso de famílias de baixa renda”, diz o estudo.
Em números absolutos, são 2,9 milhões de residências alugadas por um valor acima do considerado razoável para a renda dos inquilinos. A região metropolitana de Belém tem a maior proporção de aluguéis de alto valor em comparação com a renda do inquilino, chegando a 33,8%. Na região metropolitana de São Paulo, os aluguéis excessivos atingem 30,6% dos domicílios.
(Com Estadão Conteúdo)