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Tombini diz que não há limites para aumento dos juros

Em entrevista ao jornal Valor Econômico, presidente do BC endurece discurso sobre combate à inflação e diz que país está 'protegido' diante do fim de estímulos dos EUA

Por Da Redação
17 jun 2013, 13h17

Em entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal Valor Econômico, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, voltou a adotar um discurso firme no combate à alta dos preços e disse que “não tem alívio nem trégua no combate à inflação. A política monetária vai fazer o que tiver que ser feito”, disse. Ao ser perguntado sobre a possibilidade de a taxa básica de juros retomar o patamar de dois dígitos, ele disse que “não ter limite e nem orçamento para taxa Selic”.

Em sua última reunião, realizada no final de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa básica de juros em 0,5 ponto porcentual, para 8% ao ano. O aumento dos juros tem como objetivo tentar conter a alta inflacionária – alvo de grande preocupação no seio do governo e uma das razões da queda da avaliação positiva do governo Dilma. Em maio, apesar de ter registrado leve desaceleração ante abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu o teto da meta no acumulado de 12 meses, de 6,5%.

Na semana em que o Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos, divulgará decisão sobre política monetária, que terá impacto nos mercados, Tombini disse que o Brasil está preparado para enfrentar a nova etapa. Segundo ele, o país tem escopo para sustentar o movimento de reacomodação dos mercados externos, caso o governo dos EUA decida reduzir o ritmo de estímulos à economia e de compra de ativos.

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“Nós sabemos administrar caixa e sabemos administrar mercado monetário em situações de estresse. Nascemos nesse ambiente”, disse Tombini ao jornal. “Nossa primeira linha de defesa é o câmbio flutuante. Se houver volatilidade excessiva nós vamos tirar, se tiver disfunção no mercado nís vamos entrar, vamos tirar os excessos. Nós temos os instrumentos, temos a tecnologia e sabemos fazer”, disse, explicando que o BC pode utilizar de todos os instrumentos, como regras sobre impostos e intervenções no mercado de câmbio, para conter a alta do dólar.

Atualmente, o Fed compra mensalmente 85 bilhões de dólares em ativos financeiros. A compra massiva de títulos resulta em forte injeção de dólares nos mercados, o que tem impacto na taxa de câmbio de diversos países.

Diante da ameaça de redução desse ritmo, o dólar se valorizou fortemente nas últimas semanas e bateu recordes de fechamento no Brasil. A valorização da moeda norte-americana resultou em várias ações do governo brasileiro, como a decisão de zerar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre renda fixa e sobre derivativos para investidores na posição vendida, grosso modo, quem aposta na desvalorização da moeda para lucrar.

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Empresas – Sobre a exposição das empresas brasileiras à volatilidade do mercado de câmbio, Tombini disse que não há ninguém “de calças curtas” desta vez. Ele enfatizou que não será repetido o episódio de 2008, quando companhias do país tinham muitas aplicações em derivativos de dólar e tiveram de ser socorridas devido à variação da moeda norte-americana. Para justificar, ele lembrou que as empresas fizeram várias captações no mercado externo, mas já em ambiente de volatilidade.

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