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Tensão no Oriente Médio pode levar barril do petróleo a US$ 150

O alerta é do especialista Adriano Pires. Excedente de produção cada vez menor e problemas políticos justo nos maiores produtores são as razões

Por Derick Almeida
16 fev 2011, 16h33

O preço do barril de petróleo pode chegar a 150 dólares se novas “revoluções”, como a que ocorreu no Egito, se espalharem por outros países árabes. A afirmação é do diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires. A explicação é que um movimento como este traria mais problemas à disponibilidade da commodity no mercado global. Somente o Oriente Médio responde por 30% da produção mundial (clique na figura para ver o infográfico). Qualquer restrição desta natureza faria a oferta do produto ficar perigosamente ajustada à demanda, que cresce vigorosamente graças ao ímpeto consumista das nações emergentes.

A tomar pelos recentes protestos nas capitais da Líbia, Bahrein, Iêmen e Iraque, esta hipótese não está tão distante. Nesta quarta-feira, ante o anúncio de que dois navios de guerra iranianos poderiam cruzar o Canal de Suez, no Egito, o contrato do petróleo tipo Brent com vencimento em abril avançou 2,39%, para 104,07 dólares o barril, na bolsa londrina.

Há dois movimentos simultâneos que contribuem para acentuar a alta nos preços do barril de petróleo. O primeiro é de natureza estrutural e se refere ao modo desproporcional em que crescem oferta e demanda. “Em 2010, as economias emergentes engataram um ritmo de expansão ainda mais vigoroso e, no final do ano, pela primeira vez na história, a taxa de ampliação do consumo passou a dos países que compõem a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico”, afirmou Pires. Em resumo, impulsionado pelas nações em desenvolvimento, o consumo aumenta mais velozmente que a capacidade de as petrolíferas ofertarem o produto. “O mundo caminha rapidamente para retomar o patamar pré-crise, em que oferta e demanda estavam muito ajustados. Naquela época, havia apenas cerca de 1,5 milhão de barris/dia de ociosidade. Hoje, estamos ao redor de 5 milhões de barris/dia”, destacam o analista da Tendências, Walter de Vitto.

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O segundo fator resume-se a questões conjunturais, nas quais os países do Oriente Médio ganham destaque: instabilidade política, risco de conflito armado, possibilidade de bloqueio da produção e do transporte da commodity, etc. “A crise no Egito antecipou uma elevação dos preços do petróleo que já era esperada pelos analistas. As tensões políticas aceleraram uma curva já ascendente dos preços do petróleo”, completou Pires.

O petróleo Brent, que é a principal referência de preço para a Europa e a Ásia, tem ‘capturado’ de forma mais sensível essa instabilidade. A razão é simplesmente a proximidade da região conflituosa. Já os contratos do contrato WTI, referência para o mercado americano, ainda se encontram distante dos valores superiores a 100 dólares verificados na Bolsa de Londres. “O petróleo WTI reflete melhor o mercado, que está crescendo cerca de 2% ao ano”, ponderou Luiz Otávio Broad, analista de petróleo da Agora Invest.

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