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Tempo de recontratação subiu 40% com desaceleração da economia

Consultorias avaliam que clima de recessão econômica tem comprometido investimentos em mão de obra

Por Marília Carrera
25 set 2014, 15h00

O tempo de espera para se conseguir um novo emprego no mercado de trabalho brasileiro aumentou entre 30% e 40% nos últimos quatro anos, segundo dados obtidos pelo site de VEJA com a consultoria de recursos humanos Talenses. Tal tendência começou a ser notada desde 2012 e já se materializa nos números divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. O saldo de contratações (diferença entre admissões e desligamentos) entre janeiro e agosto ficou positivo em 751.456, o pior nível para o período desde o início da série histórica em 2002.

O período de expansão que se viu em 2010, quando foram criadas mais de 2,5 milhões de vagas, perdeu fôlego e impactou, inclusive, os processos de seleção de profissionais. “Antes, os processos eram mais rápidos e menos criteriosos. O lado negativo é que isso trazia para as empresas profissionais que não estavam 100% preparados. Hoje, as empresas estão mais cautelosas, os processos seletivos se estendem mais e o critério aumentou. Até porque, o profissional encontrará um cenário mais difícil, operação mais apertada e orçamento mais comprimido”, afirma Leonardo de Souza, diretor-executivo da Michael Page.

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Especialistas apontam a queda nos investimentos como o principal fator de aumento do período de recontratação. “Os investimentos atualmente são mais escassos devido ao clima de incerteza econômica e, sobretudo, ao clima de recessão. Com isso, os recursos destinados à contratação de mão-de-obra são muito mais calculados”, explica Felipe Brunieri, da Talenses.

A economia brasileira entrou em recessão técnica, caracterizada por dois trimestres consecutivos de contração. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou 0,6% no segundo trimestre, enquanto o resultado do primeiro trimestre foi revisado para variação negativa de 0,2%. Já a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que analisa o grau de investimentos no país, caiu 11,2% entre abril e junho ante igual período do ano passado. Na comparação com o trimestre anterior, houve queda de 5,3%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A indústria automotiva está entre os setores mais impactados pela desaceleração da economia brasileira. A indústria mecânica e de materiais de transporte estão entre as que apresentaram o pior desempenho no mercado de trabalho no acumulado ano. Seu saldo de contratações ficou negativo em 4.651 (211.630 admissões e 216.281 desligamentos), enquanto o saldo de contratações da indústria de materiais de transporte ficou negativo em 24.861 (99.846 admissões e 124.707 desligamentos). “A palavra da vez é rentabilidade. Atualmente, assistimos à unificação de funções para fazer mais com menos. Pelo momento econômico que o Brasil vive, as empresas preferem economizar recursos e aumentar as receitas para otimizar a margem”, explica Brunieri.

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Tempo de espera – Atualmente o tempo médio de recolocação do mercado de trabalho brasileiro varia entre três e quatro meses para profissionais de baixa gerência, entre quatro e cinco meses para profissionais de média gerência e entre seis e sete meses para profissionais de alta gerência. O tempo de recontratação de profissionais de alta gerência costuma ser mais lento devido a menor disponibilidade de vagas e a maior complexidade do processo seletivo. “O processo seletivo para cargos de diretoria ou vice-presidência possuem mais etapas e são mais demorados. Os entrevistadores geralmente incluem executivos de alta gerência, que possuem uma agenda de compromissos restrita”, afirma Brunieri.

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