Temer: governo tem votos suficientes para aprovar ajuste
Expectativa do vice-presidente é de que as três medidas que tramitam no Senado sejam votadas entre hoje e amanhã, antes de perderem a validade
O vice-presidente Michel Temer afirmou nesta terça-feira que o governo tem votos suficientes para aprovar as três medidas de ajuste fiscal que tramitam no Senado, antes que elas percam a validade. “Temos votos suficientes, o líder do governo [no Senado, Delcídio Amaral (PT-MS)] fez um levantamento e verificou que há número suficiente para votar. É claro que haverá discussão, o que também é muito saudável, porque é evidente que a decisão não é somente do Executivo. O Executivo manda o projeto, mas a decisão é do Congresso”, avaliou. As declaração foram dadas por Temer, que também é responsável pela articulação política do governo, após reunião com líderes de partidos, no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente.
A expectativa é votar as Medidas Provisórias (MPs) 665 e 664, que endurecem o acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários, ainda nesta terça-feira; e a MP 668, que eleva a tributação sobre as importações, na quarta.
O vice-presidente reiterou que o governo pretende “levar as medidas do ajuste até o final” e negou a possibilidade de deixar a MP 664 prescrever. Uma emenda que altera o fator previdenciário foi incluída no texto da MP na Câmara, e cogitou-se deixar o projeto perder a validade para que a presidente Dilma Rousseff (PT) não precisasse lidar com o desgaste de ter de vetar a medida, defendida por centrais sindicais e antiga bandeira do PT.
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O líder do governo no Senado, Delcídio Amaral, confirmou a perspectiva de votação e minimizou as divergências internas da base aliada, principalmente de senadores petistas. “O PT está trabalhando unido, vamos ter uma reunião da bancada agora e não tenho dúvida nenhuma que a grande maioria do PT vai votar com a MP, com as propostas do governo”, avaliou.
“Acho que o PT vai ter um comportamento compatível com aquilo que estávamos esperando, evidente que existem algumas posturas isoladas, duas, mas a gente respeita a posição desses senadores”, acrescentou Delcídio, referindo-se aos senadores Lindbergh Farias (RJ) e Paulo Paim (RS), que assinaram um manifesto contra as medidas na semana passada.
Estiveram presentes na reunião os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Carlos Gabas (Previdência Social) e Nelson Barbosa (Planejamento), além de Temer e Delcídio. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, não participou do encontro. Segundo a sua assessoria, a ausência se deu em função de uma gripe, a mesma justificativa apresentada pelo não comparecimento no anúncio do contingenciamento do Orçamento feito na sexta-feira passada.
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(Com Agência Brasil)