Taxa de desemprego revisada da zona do euro é recorde em maio
Indicador sobe de 12,0% para 12,2%. Os preços ao consumidor também sofrem alta, de 1,6%, enquanto os preços ao produtor caem mais do que o esperado
A Eurostat, agência de estatísticas da União Europeia, informou que a taxa de desemprego na zona do euro subiu de 12,0% em abril para 12,2% em maio, e não para 12,1% conforme o anúncio feito na segunda-feira. A taxa revisada é a mais alta desde o início da série, em 1995. Em comunicado, a agência explicou que a revisão foi feita por causa de “um erro na transferência de dados da França”, que fez a taxa de desemprego ser subestimada em 0,5 ponto porcentual.
Além do aumento no número de desempregados em maio, os preços ao consumidor sofreram alta em junho, pelo segundo mês consecutivo, afastando a ameaça de deflação no bloco. Os valores aceleraram para 1,6% em junho em comparação ao 1,4% de maio nos 17 países da zona do euro, que sofre com sua mais longa recessão na história. Esse foi o segundo mês de ganhos ante a mínima de 1,2% em abril, embora a leitura de junho ainda esteja abaixo da meta do Banco Central Europeu (BCE), de 2%.
Os preços de alimentos, álcool e produtos de tabaco foram os principais responsáveis pelo resultado da inflação em junho, seguidos de energia e serviços, disse a Eurostat em sua estimativa preliminar da inflação. O BCE realiza sua reunião de política monetária na quinta-feira, embora a expectativa seja de que mantenha a taxa de juros na atual mínima recorde.
A Alemanha viu sua taxa de desemprego cair para 5,3% no mês, a segunda menor na zona do euro após a Áustria, com 4,7 %. A Itália e a Espanha registraram um aumento modesto no desemprego, enquanto, na França subiu para 10,9%.
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Desemprego na zona do euro atinge recorde em maio
Os preços ao produtor na região da zona do euro caíram mais do que o esperado em maio e pelo terceiro mês seguido, refletindo a estagnação da economia do bloco e dando ao Banco Central Europeu (BCE) justificativas para manter a taxa de juros em uma mínima recorde. Os valores recuaram 0,3% em maio, informou a Eurostat. Economistas esperavam queda de 0,2%.
Os preços de energia caíram 0,8% em maio, a maior queda no índice da Eurostat. Em relação ao mesmo mês do ano anterior, os valores tiveram queda de 0,1%. Os resultados destacam as fracas pressões inflacionárias que permitiram ao BCE reduzir a taxa de juros para 0,50%, tentando reanimar os empréstimos e ajudar a economia.
Economistas esperam que tanto os preços ao consumidor quanto ao produtor permaneçam baixos no restante do ano, apesar de uma ligeira alta na inflação ao consumidor em junho. Entretanto, sinais de melhora nas fábricas europeias podem impedir que o BCE reduza os juros de novo.
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(com Estadão Conteúdo e agência Reuters)