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Situação econômica italiana pode se agravar diante de impasse orçamentário

Berlusconi perde poder político e país se torna cada vez mais alvo de desconfiança

Por Da Redação
7 nov 2011, 19h15

Os países da zona do euro começam a temer um calote na dívida italiana, que ocasionaria problemas de proporções muito maiores que a dívida na Grécia

A segunda-feira não terminou bem para o primeiro ministro italiano Silvio Berlusconi, e muito menos para os títulos da dívida da Itália, cujas taxas de retorno atingiram novo recorde desde a criação do euro. O cenário incerto ocorre mediante a complicações econômicas e políticas, que culminaram com rumores de que o premiê pode renunciar.

Primeiro, o país enfrenta um olhar de desconfiança depois de suas finanças públicas serem colocadas em xeque, em um momento em que outras nações europeias também titubeiam. Alguns defensores da economia italiana, inclusive o próprio Fundo Monetário Internacional (FMI), vieram a público para atestar a saúde econômica do país, ressaltando que os títulos italianos têm sido alvo de especulação no mercado financeiro. Durante o encontro do G20, em Cannes, na última semana, outro evento colocou os holofotes no país de Berlusconi: o governo italiano anunciou que iria submeter suas contas públicas à auditoria do FMI. Berlusconi também prometeu aos líderes da zona do euro que tomaria medidas de austeridade para alavancar a economia italiana e reduzir a dívida pública.

O pedido voluntário de acompanhamento do FMI fez com que os países do bloco começassem a temer um possível calote na dívida italiana, que ocasionaria problemas de proporções muito maiores que a dívida na Grécia.

Por último, nesta segunda-feira, os rumores sobre a perda de força política de Berlusconi ganharam força, deixando os mercados ainda mais desconfiados. A briga, neste caso, é em torno da aprovação do orçamento do país em 2012. Os líderes dos partidos de oposição se reunirão na terça-feira para combinarem uma posição unânime em relação à votação. De acordo com a imprensa internacional, o grupo deve votar contra a proposta do governo ou se abster. Caso Berlusconi saia vitorioso da votação, a oposição pode se valer ainda de um outro mecanismo parlamentarista, que consiste em apresentar um voto de não-confiança no governo de Berlusconi. De acordo com reportagem publicada pelo jornal Wall Street Journal, Berlusconi considera ir ao parlamento na terça-feira, para tentar articular o apoio da maioria.

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A aprovação do orçamento é essencial para que o país consiga cumprir suas metas de redução de déficit – e é justamente aí que mora a principal desconfiança. O mercado – já ressabiado com todos os problemas que ocorrem no continente – começa a duvidar da capacidade política de Berlusconi em aprovar medidas de austeridade consideradas impopulares, já que nem a aprovação do orçamento é uma certeza.

Os aliados do governo italiano, no entanto, negam que o premiê vá renunciar. Os mercados, porém, dão sinais de que a situação política caminha para o insustentável. As taxas de retorno dos títulos da dívida italiana tiveram a maior alta em 14 anos, batendo na casa dos 6,67% nesta segunda-feira.

Fiat – Como se não fosse o suficiente, a Itália ainda corre o risco de perder a sede de sua maior empresa. A Fiat considera mudar sua produção de automóveis para outros países, conforme a reportagem da revista The Economist. Desde que a empresa adquiriu o controle da Chrysler, em julho deste ano, a diretoria discute se manterá sua sede em Turim, no território italiano, ou se mudará para Detroit, nos Estados Unidos. O desafio de ficar ou não na Itália depende de questões de produtividade. Cerca de dois terços do faturamento são oriundos de filiais internacionais, mas quase a metade dos funcionários e cerca de 40% da produção concentram-se na Itália. O CEO, Sergio Marchionne, pretende aumentar a eficiência da estrutura local.

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