Sem acordo, trabalhadores da Volkswagen continuam em greve
O Sindicato dos Metalúrgicos informou que a montadora não apresentou proposta concreta para suspender as demissões
Trabalhadores da Volkswagen decidiram continuar a greve, por tempo indeterminado, após não chegarem a um acordo com os diretores da montadora durante a primeira reunião de negociação realizada na tarde de terça-feira. A decisão foi tomada no início da manhã desta quarta-feira, durante assembleia da categoria na porta da fábrica de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. A paralisação acontece desde o dia 6 de janeiro.
A assessoria de imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informou que a Volks não apresentou proposta concreta para suspender as 800 demissões. A revogação dos cortes é uma das condições impostas pela categoria para encerrar a greve, que chega ao nono dia nesta quarta-feira. Novas reuniões entre patrões e empregados devem acontecer até o fim da semana, diz a entidade.
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Na terça-feira, o presidente do sindicato, Rafael Marques, se reuniu por pouco mais de uma hora com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, no Palácio do Planalto, para apresentar a pauta de reivindicações aprovada pela categoria durante ato na Via Anchieta, na última segunda-feira, em São Paulo. Entre os pedidos, o principal é a aprovação do Programa Nacional de Proteção ao Emprego no 1º trimestre deste ano.
Segundo o dirigente sindical, Rossetto prometeu que conversaria com a direção da Volkswagen para pedir a suspensão das demissões e abrir as negociações sobre o acordo vigente desde 2012, que garantia estabilidade do emprego até março de 2017. Em troca disso, os 13 mil funcionários da Volks suspenderiam a greve. A montadora e os funcionários chegaram a discutir uma proposta de adequação do acordo dia 2 de dezembro, mas não houve consenso.
Em nota à imprensa, a Volks confirmou que foi procurada por representantes dos governos federal, estadual e municipal e informou que retomou, na tarde dessa terça-feira, as negociações com o sindicato. Procurada pela reportagem, a empresa não se pronunciou após o encontro.
(com Estadão Conteúdo)