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Sem acordo com governo, caminhoneiros voltam a bloquear rodovias do país

Paralisação foi anunciada após categoria não entrar em acordo com o governo sobre o tabelamento do preço mínimo do frete

Por Da Redação
23 abr 2015, 09h15

Os caminhoneiros voltaram a bloquear na madrugada desta quinta-feira rodovias de quatro Estados – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso. A ação ocorre em protesto contra o governo federal por não ter entrado em um acordo com a categoria sobre o tabelamento do frete. Os caminhoneiros pedem a fixação de um preço mínimo para fazer o transporte de cargas. O governo, no entanto, classifica a exigência como “impraticável” e “inconstitucional”.

No Rio Grande do Sul, há interdições no quilômetro 243 da BR 386, em Soledade, e no quilômetro 22 na BR 101, em Três Cachoeiras. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os caminhoneiros liberaram a passagem de carros e atearam fogo em pneus.

No Paraná, há bloqueios parciais na BR 376, em Marialva, e na BR 277, em Medianeiro. Em Santa Catarina, os motoristas de caminhões tentaram bloquear uma rodovia em São Miguel do Oeste, mas foram impedidos pela PRF. Apesar disso, eles continuam concentrados no local às margens da estrada. No Mato Grosso, os caminhoneiros fecham os quilômetros 200 e 206 da BR-364, em Rondonópolis. Mais cedo, a BR-163 havia sido bloqueada em três pontos.

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A paralisação havia sido anunciada nesta quarta-feira após uma reunião realizada na sede da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) entre representantes dos caminhoneiros e do governo federal terminar sem acordo. Na saída do auditório, um grupo de cinquenta caminhoneiros se deram as mãos e começaram a gritar que o “Brasil vai parar”.

A proposta exigida pela categoria aumentaria o valor do frete em 30%, o que, segundo os caminhoneiros, serviria para cobrir os gastos com o transporte. “Caso algum problema venha a acontecer no agronegócio, por exemplo, que não seja o transporte a pagar por isso. Que não possa ser contratado um frete abaixo do custo. Essa é uma tabela de custo e não de lucratividade”, disse Gilson Baitaca, um dos porta-vozes dos caminhoneiros autônomos.

Diante do impasse, o governo ressaltou que está atendendo às reivindicações dos caminhoneiros, lembrando a Lei dos Caminhoneiros sancionada pela presidente Dilma Rousseff no início de março. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, que esteve presente na reunião, rechaçou o tabelamento do frete, mas destacou que a categoria já pode ser considerada vitoriosa em relação às questões atendidas pela governo. “A tabela impositiva está descartada. Na nossa opinião, ela não dispõe de autorização constitucional e é impraticável devido à enorme diferenciação de variáveis que envolvem a atividade, como a qualidade do caminhão, da carga e das estradas”, afirmou Rossetto.

Já um dos representantes dos caminhoneiros paralisados, Jamir Botelho, afirmou que a categoria saiu derrotada da reunião desta quarta.”A resposta que tivemos é de que pode haver apenas uma tabela de referência. Reconhecemos que o governo tem se esforçado, mas nos sentimos derrotados”, avaliou Botelho. Logo em seguida, a categoria anunciou que armaria acampamentos à beira das estradas para fazer os bloqueios nesta quinta.

No fim de fevereiro deste ano, os caminhoneiros chegaram a promover bloqueios em treze Estados do país, provocando o desabastecimento de cereais e a alta no preço da gasolina em diversas cidades. O movimento também participou dos dois protestos contra a presidente Dilma ocorrido nos dias 15 de março e 12 de abril.

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(Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil)

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