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Segundo semestre não deve mostrar alívio

Economistas ouvidos pelo site de VEJA não estão animados com os próximos resultados da economia; expectativa é de 'pibinho'

Por Naiara Infante Bertão
29 ago 2014, 10h01

Não foi uma surpresa para o mercado a economia brasileira entrar em recessão, com queda de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, assim como não será se os próximos trimestres mostrarem crescimento ruim. A constatação é de que o comércio e o setor de serviços não conseguiram capturar todo o potencial prometido com a Copa do Mundo. O consumo e os investimentos também não reagiram aos inúmeros pacotes de estímulo dados pelo governo.

“Os dados já disponíveis do terceiro trimestre ainda não mostram sinais de recuperação convincente”, escreveram os economistas Irineu de Carvalho Filho e Rodrigo Miyamoto do Itaú Unibanco, em relatório. Avaliando que o terceiro trimestre deve ser também fraco, os analistas podem revisar para baixo sua projeção de PIB para o ano todo, que hoje está em crescimento de 0,6%.

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Entre os indicadores que causam mais apreensão estão os de confiança. Indústria, consumidor, comércio e serviços – todos no menor patamar desde 2009. “Com a desorganização geral da economia, inflação alta, governo fortemente intervencionista, é passada pouca confiança aos empresários e isso reflete em investimento baixo”, explica Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central e sócio fundador da consultoria Schwartsman & Associados.

O PIB é analisado pelos economistas sob duas óticas distintas: a da oferta, representada pelo setor produtivo (agropecuária, indústria e serviços) e a dos gastos, representada por investimentos, consumo das famílias, gastos do governo e balança comercial (exportações menos importações).

A situação da indústria, por exemplo, é uma das piores sob a ótica da oferta, representada pelo setor produtivo (agropecuária, indústria e serviços): a produção industrial caiu em 11 dos 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na média nacional, a atividade caiu 6,9% em junho na comparação com igual período do ano anterior, o quarto mês consecutivo de recuo e o pior resultado desde setembro de 2009. Em relação a maio a queda foi de 1,4% e no acumulado do ano, de 2,6%.

O consumo das famílias também não deve ajudar, na opinião do professor do Insper, Otto Nogami. Contribui para isso alto nível de endividamento da população combinado com a inflação. “A interferência do governo na dinâmica de mercado, congelando tarifas de energia e combustíveis, poderão exigir, depois das eleições, uma flexibilização nos preços, elevando a inflação para além do limite máximo da meta, de até 6,5%, e prejudicar a economia”, comenta Nogami. Ele aposta em alta de apenas 0,6% para o PIB neste ano.

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Para Marcelo Kfoury, superintendente do Departamento Econômico do Citi Brasil, dado o clima de incerteza com as eleições, este pode ser um fator de contração do PIB e, em especial, dos investimentos. Ele acredita, porém, que passada a eleição, o clima de incertezas pode se dissipar um pouco e a confiança ser retomada, ajudando a economia a apresentar algum crescimento no último trimestre do ano.

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