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Saques da poupança somam quase R$ 50 bilhões em 2015, o maior volume em 20 anos

Só em agosto, retiradas superaram os depósitos em 7,5 bilhões de reais, segundo o Banco Central

Por Da Redação
4 set 2015, 16h02

Entre janeiro e agosto, os saques da poupança superaram os depósitos em 48,49 bilhões de reais, segundo o Banco Central informou nesta sexta-feira. Isso faz de 2015 o ano com o maior volume de retiradas desde 1995, quando o BC começou a compilar essas informações. Em agosto, os saques somaram 7,5 bilhões de reais, também um recorde para o mês.

Até então, o pior agosto para a caderneta havia sido em 1999. Na ocasião, o resultado ficou negativo em 1,44 bilhão de reais. O resultado do ano até agora também é significativo, já que não se via um volume de resgates maior do que o de aplicações em todos os meses de um ano de janeiro a agosto desde 2003.

Em janeiro passado, o resultado ficou negativo em 5,5 bilhões de reais e, em fevereiro, em 6,3 bilhões. Em março, os resgates superaram os depósitos em 11,4 bilhões de reais – o pior de toda série histórica do BC para um único mês. Em abril, o resultado ficou negativo em 5,8 bilhões. Em maio, em 3,2 bilhões e, em junho, em R$ 6,3 bilhões. Em julho, a conta ficou no vermelho em 2,45 bilhões de reais. O volume de saques do mês passado só não é maior do que o de março. Assim, é o segundo pior resultado mensal desde que a instituição passou a compilar os dados.

Com o resultado de agosto, o saldo total da poupança ficou em 645,11 bilhões de reais, já incluindo os rendimentos do período, no valor de R$ 4,37 bilhões. Os depósitos na caderneta somaram R$ 155,95 bilhões no mês passado, enquanto as retiradas foram de R$ 163,45 bilhões.

Pouca sobra – Normalmente, no último dia de cada mês, a quantidade de aplicações é bem maior do que o das retiradas e dilui as perdas mensais vistas até o dia do fechamento da poupança. Em agosto, no entanto, isso não ocorreu com a mesma ênfase dos meses anteriores. Até o dia 28, o saldo da caderneta estava no vermelho em 9,45 bilhões de reais, e o ingresso líquido no dia 31 de agosto foi de apenas 1,94 bilhão.

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É comum ocorrer um aumento dos depósitos no último dia de cada mês por causa de aplicações automáticas e de sobras de salários. Desta vez, no entanto, o fluxo não foi tão forte no fechamento do mês. Como o governo decidiu que não iria antecipar em agosto a primeira parcela do 13º salário para aposentados e pensionistas como vinha fazendo desde o início do governo Lula, o volume de “sobras” de economia, que ocorre tradicionalmente nesse mês, ficou abaixo do habitual. A antecipação será feita a partir deste mês, de acordo com o Ministério da Fazenda.

Além desse fato específico de agosto, a poupança tem sofrido nos últimos meses com uma sobra cada vez menor de recursos da população por causa do aumento do desemprego, da alta da inflação e da piora da atividade. Além disso, com os juros básicos da economia em 14,25% ao ano e a disparada do dólar, outros tipos de investimentos se tornam mais atrativos para os aplicadores e a caderneta perde o brilho. A remuneração da poupança é fixa em 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR).

Para minimizar o quadro de falta de recursos para financiamentos de imóveis, provenientes da caderneta, o BC decidiu liberar ao final de maio 22,5 bilhões de reais dos depósitos da poupança para os bancos que eram obrigados a manter recursos na instituição para desembolsos nas operações de financiamento habitacional e rural. Foi reduzida a obrigatoriedade de guardar uma parte dos depósitos da caderneta no BC desde que os recursos fossem usados para financiamento habitacional (até 22,5 bilhões de reais) e empréstimos a produtores rurais (outros 2,5 bilhões de reais).

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(Com Estadão Conteúdo)

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