Com a iminente saída do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, o nome mais cotado a assumir o cargo é o do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, preferido do PT e também do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que outrora quis emplacar o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles. A solução caseira, no entanto, não agrada ao mercado, que prefere currículos mais técnicos. Em um período de quase um ano, Levy, mais austero, e Barbosa, mais alinhado à presidente, tiveram inúmeros embates nos bastidores da equipe econômica. Por diversas vezes, a presidente Dilma Rousseff chancelou as posições de Barbosa, impondo derrotas ao já cansado ministro da Fazenda — que agora dispara críticas ao governo. “O governo só fala do fiscal. Por quê? Eu não sei. Nunca entendi. Parece que tem medo de reforma, não quer nenhuma reforma”, disse, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, nesta quinta-feira. Fontes do Planalto ouvidas pela Reuters já começam a “vender” a ideia de que Barbosa não é um “irresponsável”, não gastará além do que pode, nem vai abandonar o ajuste fiscal. Em meio ao aprofundamento da recessão econômica e das incertezas políticas, resta saber se o santo de casa, no caso Barbosa, fará o milagre de fazer o país retomar a trajetória de crescimento.
(Da redação)