O banco Santander é considerado o candidato natural à compra do HSBC Brasil, segundo reportagem publicada nesta segunda-feira pelo Valor Econômico. De acordo com o jornal, o banco espanhol é a instituição que mais tem a ganhar com o negócio, que traria ganhos de escala à instituição. Na sexta-feira, o Financial Times noticiou que o novo plano estratégico do HSBC levará a uma saída do varejo no Brasil e na Turquia. A informação é atribuída a pessoas próximas a Stuart Gulliver, presidente mundial do HSBC.

O Itaú Unibanco, ainda conforme o Valor, não tem interesse na operação de varejo do banco britânico. Para o Bradesco, segundo um executivo da instituição, o HSBC Brasil não é desprezível, apesar de o banco repetidamente afirmar que seu crescimento se dará de forma orgânica, ou seja, a partir de fatores internos, como crescimento do crédito e da base de clientes. Já os bancos públicos não costumam entrar nesse tipo de acordo para aquisição de instituições multinacionais, e a probabilidade é ainda menor em um momento de ajuste fiscal.

A venda do HSBC Brasil para o Santander, no entanto, pode não se concretizar tão cedo, já que este não é considerado o melhor momento para o banco espanhol fazer uma aquisição. Apenas recentemente o banco começou a mostrar os primeiros resultados de ganho de escala, depois da dificuldade para digerir a aquisição do Real ABN Amro, feita em 2007, e também a bilionária abertura de capital feita há seis anos. O processo de aquisição de uma nova companhia travaria esse processo de retomada.

Em termos de ativos, uma possível compra não tiraria a subsidiária do banco espanhol da sexta posição de maior instituição financeira no país. Os 168 bilhões de reais do HSBC – sétimo maior banco do país – guardam uma distância grande em relação aos 598,2 bilhões de reais do Santander. O quinto maior banco brasileiro é o BNDES, com 871,41 bilhões de reais em ativos, segundo dados do Banco Central (BC). Procurado, o HSBC Brasil informou que não comenta rumores de mercado.

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Problemas – Concentrado em resolver grandes problemas mundiais, o HSBC acabou perdendo espaço para os bancos locais. Agora, a imagem do banco está arranhada por causa do escândalo do Swissleaks, que apura um esquema de fraude fiscal na filial suíça do banco. No ano passado, a instituição teve um prejuízo de 549,1 milhões de reais no Brasil.

(Da redação)