Salário de emprego formal tem primeira queda em 11 anos
Segundo o Caged, renumeração média dos trabalhadores foi de 1.250 reais no primeiro semestre deste ano
A piora do mercado de trabalho provocou uma queda real (descontada a inflação) nos salários médios de admissão dos profissionais com carteira de trabalho assinada. No primeiro semestre, a remuneração dos trabalhadores foi de 1.250 reais, abaixo do salário de 1.2711 reais pago pelas empresas entre janeiro e junho de 2014, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). A queda é a primeira da série histórica para esse indicador, iniciada em 2003.
O recuo no salário dos brasileiros com carteira de trabalho está diretamente associado à piora da atividade econômica e do emprego. O mercado já estima uma recessão para 2015 de 1,7%. No primeiro semestre, o país fechou 345.000 postos, o pior resultado desde 2002. “A deterioração do mercado de trabalho se mostrou mais rápida do que o esperado”, avalia Fabio Romão, economista da consultoria LCA.
Em alguns Estados, como Pernambuco, Rondônia e Alagoas, a redução no salário de admissão chega a 5% de janeiro a junho.
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A perda do poder de barganha do brasileiro na negociação salarial ocorre por causa da inflação elevada e também pela piora da economia, que leva mais trabalhadores a procurar emprego ao mesmo tempo em que as empresas ofertam menos vagas.
Em junho, por exemplo, o Indicador do Mercado de Trabalho Catho-Fipe apontou uma redução de 14,1% na quantidade de vagas abertas pelas empresas na comparação com o mesmo mês do ano passado.
“Em 2012, apesar do baixo crescimento, o número de vagas criadas pelas empresas rodava muito acima da taxa de admissão da economia”, diz Raone Costa, economista responsável pelo estudo. “Agora, ocorre o contrário: a quantidade de vagas está caindo há um ano.”
(Com Estadão Conteúdo)