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Saída de Barbosa da Fazenda preocupa, diz ‘FT’

Jornal britânico afirma que empresários estão apreensivos com a saída do secretário-executivo do MInistério da Fazenda

Por Da Redação
21 Maio 2013, 18h02

O jornal Financial Times (FT) volta a criticar duramente o governo de Dilma Rousseff em reportagem publicada na segunda-feira. Depois de dizer que o otimismo do Brasil “é de fachada” e que a presidente é centralizadora, a publicação britânica agora afirma que a saída do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, é “preocupante” e diminui ainda mais a “fé no modelo Dilma”, que pode repercutir negativamente no setor privado.

Com o título “Investidores perdem a fé no ‘modelo Dilma’ para reanimar a economia do Brasil”, a reportagem do jortnal britânico Financial Times (FT) diz que a saída do secretário Nelson Barbosa joga dúvidas sobre a estratégia da presidente para acelerar a economia brasileira. “A saída de um alto burocrata pouco conhecido fora de seu país normalmente não preocupa investidores internacionais. Mas a saída de Nelson Barbosa, por razões pessoais, na semana passada, foi considerada preocupante”, diz o texto.

Leia ainda: Mantega estuda nomes para substituir Barbosa na Fazenda

“Além do debate com o ministro Mantega e outros altos burocratas sobre a transparência das finanças públicas, o senhor Barbosa também foi o responsável pela proposta de reforma do complexo sistema tributário dos Estados. Sua saída será apenas mais uma desculpa para investidores fugirem de um Brasil que eles já acreditam ser muito intervencionista”, diz o texto. Para o FT, Barbosa era uma voz de “discordância relativa” na equipe econômica de Mantega.

Após ouvir analistas, banqueiros e acadêmicos sobre a saída de Barbosa, a reportagem reitera que a troca de cadeiras no Ministério da Fazenda levanta dúvidas também sobre como será conduzida a política econômica a partir de agora. “Investidores haviam depositado esperanças no ‘modelo Dilma’ – centralizado e com reformas planejadas por uma economista (Barbosa) ao estilo de um presidente-executivo – o oposto do charme folclórico de (Luiz Inácio) Lula da Silva, que não concluiu o ensino fundamental”, diz o texto.

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Uma das fontes ouvidas pelo FT sugere que a presidente gasta muito tempo com detalhes, o que a impede de governar de forma mais ampla. “Ela deveria assumir a presidência do Brasil e aprender como ser a presidente do conselho e parar de dizer aos ministros quais cores usar no seus powerpoints”, diz uma fonte. Segundo a reportagem, críticos ainda lembram que os resultados do estilo econômico de Dilma têm sido “o lento crescimento, a intervenção governamental excessiva e a crescente despesa pública”.

Leia mais:

The Economist critica contabilidade criativa do governo brasileiro

Ainda assim, registra o texto, a maioria dos brasileiros continua apoiando firmemente o governo. “Embora o crescimento da economia tenha caído de 7,5% em 2010 para menos de 1% no ano passado, isso mal chegou às pessoas na rua. Ao proteger indústrias e estimular o consumo com o cortes de impostos, baixas taxas de juros e empréstimos de bancos estatais, o governo manteve o desemprego em um piso histórico”, afirma o artigo, lembrando que pesquisa do Ibope aponta Dilma com 76% das intenções de voto do eleitorado, se a eleição presidencial fosse hoje.

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Eco – A reportagem do Financial Times vem uma semana após o blog ‘Real Time Econonomics’, do jornal americano Wall Street Journal, já ter criticado a saída de Barbosa. Com o título Will Brazil Become Less Transparent? (O Brasil vai tornar-se menos transparente?), o texto da publicação americana questiona os motivos pelos quais o secretário deixa a Fazenda e diz que existem “tensões tanto políticas como pessoais” entre Barbosa e o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega.

“Embora Barbosa não seja considerado um economista ortodoxo, ele tem sido contrário às mais recentes políticas intervencionistas, e também tem se mostrado a favor de uma redução mais transparente do superávit primário”, disse o banco J.P. Morgan em relatório divulgado hoje. No trecho, fica clara a crítica à chamada “contabilidade criativa”, com a qual o governo usa repasses do Tesouro Nacional para manter a meta de superávit primário.

(com Estadão Conteúdo)

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