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Sabotagem, traição e desespero: saiba como é trabalhar na Amazon, segundo o NYT

Em extensa reportagem, jornal conta a rotina dos funcionários e relata como são encorajados a destruir ideias de colegas

Por Da Redação
17 ago 2015, 17h49

Assim que são aceitos no seio da Amazon, os novos recrutas da empresa são instruídos a esquecer os “maus hábitos” desenvolvidos em empregos anteriores, recorda um funcionário, ao se referir aos princípios básicos de liderança, como encorajar as equipes e reconhecer as boas qualidades dos funcionários. A regra, na Amazon, é “quando trombarem no muro”, referindo-se a um obstáculo ou um colega de trabalho, só existe uma solução: “pular o muro”.

De acordo com uma extensa reportagem do The New York Times publicada no domingo, há 14 regras escritas em cartões laminados que circulam por toda a Amazon. Entre elas, há algumas que se aproximam da falta de ética, e outras que atropelam qualquer preceito de espírito de equipe. Na Amazon, os trabalhadores são encorajados a atropelar as ideias uns dos outros em reuniões, a trabalhar muito e até tarde (e-mails chegam depois da meia-noite, seguidos por mensagens de texto perguntando por que eles ainda não foram respondidos). E se veem submetidos a padrões que a companhia se vangloria de serem “absurdamente altos”. Outro ponto primordial é a frugalidade: a empresa não reembolsa gastos com telefone celular ou transporte, mesmo que tenham sido usados por motivos profissionais.

Segundo o NYT, Bezos acredita que a harmonia é sobrevalorizada no local de trabalho. Por isso, a “regra 13” diz que os trabalhadores devem “discordar e empenhar-se” ou, diz o New York Times, “destruir as ideias dos colegas, com feedback direto ao ponto, melhor se for doloroso, antes de se alinharem numa decisão”.

A lista interna de telefones instrui colegas sobre como transmitir informações secretamente aos chefes uns dos outros. Empregados ouvidos pelo NYT dizem que esse recurso é frequentemente usado para sabotar colegas. A ferramenta oferece exemplos de mensagens de texto, como: “a inflexibilidade dele me preocupa, assim como suas queixas escancaradas sobre tarefas menores”.

A companhia fundada e dirigida por Jeff Bezos rejeita muitas das regras de gestão que outras empresas ao menos fingem respeitar – em lugar disso, criou o que muitos de seus funcionários definem como uma complicada máquina cuja função é levá-los a realizar as ambições cada vez mais amplas de Bezos.

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Assédio moral, segundo o NYT, faz parte da rotina. Há casos de abortos espontâneos após discussões com chefes, ou ameaças de direcionar o funcionário ao “plano de melhoria de desempenho”, cujas metas são tão inatingíveis que a medida é considerada um primeiro passo para a demissão.

Bezos não concedeu entrevista ao jornal, mas usou seu veículo Washington Post para dar uma resposta. No texto, Bezos não só saiu em defesa da companhia como garantiu que a história do “Times” foi construída com base em “anedotas”. “O texto não descreve a Amazon que eu conheço ou os ‘Amazonenses’ com quem trabalho todos os dias. Eu acredito seriamente que qualquer pessoa trabalhando numa empresa como a descrita pelo New York Times seria louca de permanecer. Eu sei que eu deixaria uma empresa como a descrita”, escreveu.

O New York Times diz ter entrevistado cem ex e atuais funcionários da empresa. Mas Bezos garante que, com o crescimento do setor de tecnologia, as companhias estão justamente empenhadas em atrair e reter novos talentos através do estabelecimento de uma cultura corporativa positiva.

“Eu não acho que nenhuma empresa que adotasse as práticas retratadas na reportagem sobreviveria e muito menos teria sucesso neste mundo de tecnologia altamente competitivo. As pessoas que nós contratamos são as melhores entre as melhores. Essas pessoas podem ser recrutadas todos os dias por outras empresas internacionais, podem trabalhar em qualquer lugar que quiserem”, escreveu o executivo.

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(Da redação)

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