Retorno real da BR-050 será muito baixo para vencedor do leilão, diz banco
Com baixo retorno, proposta do Consórcio Planalto é agressiva, segundo analistas do Banck of America Merrill Lynch
Um relatório do Bank of America (BofA) Merrill Lynch mostra que, pelo lance vencedor no leilão da BR-050, realizado na quarta-feira, com base premissas dadas pelo governo para a concessão da rodovia, o Consórcio Planalto deve conseguir uma taxa interna de retorno (TIR) de 1,7% e um valor presente líquido (NPV) negativo no negócio.
Os analistas do banco calculam que para o consórcio chegar a uma taxa de retorno de 7,2%, que é a prevista na licitação, seria necessário um aumento de 15% no tráfego da via, além de volume de investimento 35% menor e redução de despesas operacionais em 30%.
O resultado do leilão indica, de acordo com os analistas Sara Delfim, Murilo Freiberger e Roberto Otero, forte competição e investidores não tradicionais sendo extremamente agressivos nas próximas disputas.
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O consórcio Planalto venceu o leilão do trecho da BR-050 entre Goiás e Minas Gerais com uma proposta de tarifa de pedágio de 0,04534 real por quilômetro – ou 4,53 reais a cada 100 quilômetros rodados – deságio de 42,38% em relação à tarifa-teto de pedágio fixada no edital do leilão, de 0,0787 real por quilômetro.
A Triunfo havia oferecido deságio de 37% sobre a tarifa básica, enquanto EcoRodovias ofertou 35,4%, a Arteris, 13,6% e a CCR, 5,1%. O BofA Merrill Lynch afirmou que a EcoRodovias vem se tornando um concorrente mais agressivo em relação à disposição de capital, tendo em vista o lance de quarta-feira e sua participação em disputas passadas.
(com Estadão Conteúdo)