Reserva de Franco pode ser maior que a de Libra, diz ANP
Leiloada em outubro, Libra tem volumes recuperáveis estimados pela ANP entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris
A reserva petrolífera de Franco, no pré-sal da Bacia de Santos, tem tamanho igual ou até maior que a de Libra, considerada a maior do Brasil, disse nesta quarta-feira a diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, durante evento no Rio de Janeiro. Leiloada recentemente pelo governo brasileiro, Libra tem volumes recuperáveis estimados pela ANP entre 8 bilhões e 12 bilhões de barris.
“No ano que vem faremos ajustes na cessão onerosa. Nesta discussão estará Franco, outra oportunidade gigantesca de mesmo porte, ou talvez até maior que Libra”, disse Magda, sem fazer projeções exatas. A área de Franco é uma das integrantes da chamada “cessão onerosa”, por meio da qual o governo capitalizou a Petrobras com recursos equivalentes a 5 bilhões de barris de petróleo em 2010.
“Se vocês olharem os comunicados a investidores que a Petrobras fez de poços em Franco, vocês verão que as espessuras são muito grandes. E se compararem com os 326 metros de coluna de óleo em Libra, posso dizer que pelo menos um (poço de Franco) é maior que isso”, afirmou ela a jornalistas, após participar de um seminário. Outras áreas petrolíferas integram a “cessão onerosa”. Em meio à possibilidade de somente Franco ter mais de 5 bilhões de barris, a diretora-geral disse que ajustes no contrato com a Petrobras devem ser feitos no ano que vem, após uma atualização das reservas por uma empresa independente.
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A ANP assina nesta quarta-feira com uma certificadora internacional um contrato para atualizar as reservas da “cessão onerosa”. A perspectiva da diretora-geral é que a certificação da região esteja concluída no ano que vem. O primeiro óleo da área de Franco será produzido em dezembro de 2016, disse na semana passada a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster.
Recentemente, o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, José Formigli, disse que a estatal tem intenção de declarar a comercialidade das reservas de petróleo envolvidas na “cessão onerosa”. “O trabalho de certificação começa a partir da declaração de comercialidade da ‘cessão onerosa’, e Franco está prevista para este ano ainda”, comentou Magda.
12ª rodada – A ANP recebeu garantias de dez empresas interessadas em participar da 12ª rodada, licitação que será focada em gás em terra, convencional e não convencional. O certame está marcado para os dias 28 e 29 de novembro. “Não significa que só dez vão participar; só dez ofertaram garantias e as outras podem entrar em parceria. Isso foi como aconteceu em Libra”, explicou Magda
“Estamos falando de gás e em terra. Não temos tantos operadores assim”, ponderou ela ao ser questionada sobre o “baixo” número de depositantes de garantias. Este vai ser o terceiro leilão promovido pela ANP só neste ano, após um longo período sem licitações de áreas de exploração. A diretora-geral da ANP aposta na maior oferta de gás no futuro a partir da produção em áreas em terra, que serão licitadas na décima segunda rodada, e dos campos de Lula, Libra e Franco.
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(com agência Reuters)