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Julgamento da fusão de Sadia e Perdigão é adiado

Após parecer do relator, que votou contra a operação, um dos conselheiros do Cade pediu mais prazo para tomar decisão

Por Ana Clara Costa
8 jun 2011, 19h20

Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA , a decisão pode ter sido uma estratégia combinada entre os conselheiros para que a empresa ceda nas exigências feitas pelo Cade

O relator do processo de fusão entre a Sadia e a Perdigão no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Carlos Ragazzo, votou contra a conclusão do negócio. Durante o julgamento da operação, que perdurou durante toda a quarta-feira, Ragazzo leu seu voto de mais de 500 páginas. Após a leitura, o conselheiro Ricardo Ruiz pediu que o julgamento fosse adiado para análise. Quatro conselheiros do órgão antitruste ainda precisam votar. A retomada do julgamento foi marcada para 15 de junho.

Em seu relatório, Ragazzo, conhecido por sua rigidez nos julgamentos, enumerou diversos desequilíbrios que a fusão causaria no mercado. Ele afirmou que a transação não era a única saída para a sobrevivência da Sadia, após os problemas financeiros decorridos de operações com derivativos cambiais em 2007. “A Sadia não se esforçou em encontrar empresa que comprasse seu negócio”, afirmou.

Além disso, em sua avaliação, os danos ao consumidor seriam inúmeros. “Raramente se vê nas análises antitruste do mundo uma operação em que a probabilidade de danos ao consumidor e ao mercado mostra-se de maneira tão evidente. A aprovação desse ato tem condão de proporcionar aumento de preços e danos extremos aos consumidores”, afirmou. O aumento de preços, em determinados produtos, como salsicha e presunto, poderia chegar a 40%, de acordo com a análise, mesmo quando se considera os ganhos com sinergias.

Ragazzo afirmou que os advogados das duas empresas tentaram fazer um acordo, mas que as cláusulas não atendiam as exigências do órgão. Para manter as operações de exportação de ambas as marcas, Ragazzo afirmou que as empresas podem fazer uma joint-venture e ainda afirmou que, no Brasil, Sadia e Perdigão podem crescer muito, mas sozinhas.

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Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA e que acompanharam a negociação, a decisão pode ter sido uma estratégia combinada entre os conselheiros para que a empresa ceda nas exigências feitas pelo Cade.

Ausências – O presidente do Cade, Fernando Furlan, declarou-se impedido de participar do julgamento por ser primo do presidente da Sadia, Luiz Fernando Furlan. O conselheiro Elvino Mendonça também não pode votar por ter participado do parecer sobre a fusão quando atuava na Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae).

Posicionamento – A BRF Brasil Foods, empresa criada a partir da associação da Perdigão com a Sadia, discordou do posicionamento do relator em comunicado enviado ao mercado na noite desta quarta-feira. “A aprovação da fusão é pró-competitiva e não trará prejuízo aos milhões de consumidores atendidos por suas marcas, que se beneficiarão das eficiências geradas pelo negócio, em especial com relação à efetiva queda de preços. A título de informação, no ano de 2010 os preços da BRF tiveram aumento médio de 3,6%, índice bem abaixo da inflação”, defendeu a empresa.

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