Recessão se agrava e Espanha fecha 2012 com queda de 1,4% do PIB
Governo previa recuo de 1,5%. No quarto trimestre, PIB caiu 0,8% na comparação com os três meses imediatamente anteriores
A recessão se agravou na Espanha no último trimestre de 2012, após uma queda de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB). A diminuição do consumo interno foi uma das principais causas do quadro, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Estes são números oficiais já definitivos sobre a economia espanhola.
Com a desaceleração nos últimos meses do ano, a economia espanhola contraiu 1,4% em todo o ano de 2012, resultado melhor do que o esperado pelo governo, de queda de 1,5%. Após um retrocesso de 0,3% no terceiro trimestre, a queda do PIB se acentuou entre outubro e dezembro de 2012. A Espanha está em recessão desde o fim de 2011.
Analistas acreditam que a economia da Espanha continuará pressionada no primeiro trimestre deste ano, com a fraqueza da demanda doméstica, do setor de construção e dos investimentos, afirmou o banco central do país na quarta-feira. Os poucos dados disponíveis do período indicam “continuidade da contração da atividade, num contexto de pronunciada letargia da demanda interna”, segundo o boletim econômico mensal do Banco da Espanha, referente a fevereiro.
O desemprego também continua pressionando o país, com um recorde de 26% dos cidadãos desempregados, impactos pelas políticas de austeridade que visam economizar 150 bilhões de euros até o fim de 2014. Embora o governo preveja para este ano uma queda de 0,5% do PIB, as estimativas da Comissão Europeia são muito mais pessimistas e anunciam uma contração de 1,4%, antes de voltar ao caminho do crescimento em 2014.
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy disse também na quarta-feira que este ano será o último da recessão e os dados começarão a melhorar na segunda metade de 2013, o que repercutirá na situação do desemprego. Na semana passada a Comissão Europeia se mostrou disposta a flexibilizar o calendário de redução do déficit da Espanha se for confirmado o cumprimento do ajuste estrutural exigido para 2012 e o país prosseguir com as reformas.
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(com Agence France-Presse)