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Queda do preço do petróleo pode afetar mais o xisto que o pré-sal, diz especialista

Presidente do IBP afirmou que a produção de xisto deixa de ser viável quando o dólar recuar abaixo de 60 dólares; no caso do pré-sal, o piso é de 45 dólares

Por Da Redação
15 dez 2014, 16h01

Uma possível manutenção da trajetória de queda dos preços do barril do petróleo tornaria a exploração do gás e o óleo de xisto inviável, antes que o pré-sal brasileiro pudesse ser impactado, na avaliação do presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), João Carlos de Luca. Segundo ele, as principais produtoras no pré-sal do Brasil, a Petrobras e a britânica BG, já deram sinais de que as profundas áreas abaixo da camada de sal em produção no país, que representam mais de 25% da extração de óleo nacional, têm um custo médio de 45 dólares por barril. “Com a experiência que a gente tem hoje, ele (o pré-sal) ainda se sustenta até nesse nível de 45 dólares.” “No mundo, óleo de xisto e gás de xisto, tudo isso fica inviável antes de inviabilizar o pré-sal”, disse Luca.

Tanto o pré-sal quanto o xisto são consideradas fontes de combustível não convencional – ou seja, que precisam passar por um processo químico para se tornarem aptas para o refino. As fontes de xisto são encontradas, sobretudo, nos Estados Unidos e no Canadá. Segundo Luca, a produção não convencional dos Estados Unidos tem custos de 60 a 80 dólares por barril, podendo variar dependendo das reservas e das atividades empresariais. “São custos muito mais altos do que o do pré-sal”. Parte da derrocada do petróleo, que perdeu quase metade de seu valor desde as máximas do ano, deve-se à produção adicional dos Estados Unidos. Somente nesta segunda-feira o petróleo Brent para janeiro caiu para mínima de 60,28 dólares por barril, o valor mais baixo desde julho de 2009. Por volta das 14h50, caía quase 1%, para 61,27 dólares.

Grande parte da produção brasileira ainda não é proveniente do pré-sal, com algumas áreas mais antigas registrando custos mais altos. Quando questionado sobre projetos fora do pré-sal em produção há algum tempo, Luca ponderou que os campos mais maduros, com custos mais altos, demandam cuidados extras, mas afirmou que a maioria dos projetos brasileiros pode continuar a produzir. De acordo com o presidente do IBP, campos mais antigos e que produzem muita água e pouco óleo eventualmente podem sofrer mais com cenários complicados. Ele acrescentou que há campos no Brasil que produzem mais de 90% de água.

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Leilão – Luca não vê dificuldades para o Brasil atrair petroleiras de todo mundo para a 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), prevista para ocorrer até junho de 2015, mesmo diante de um cenário de preços baixos. “As empresas não gostam de perder oportunidades quando oferecidas”, afirmou o presidente da IBP, ressaltando que o Brasil precisaria ofertar áreas com qualidade e sinalizar que está resolvendo problemas atuais da indústria.

Uma das defesas do IBP é uma maior previsibilidade de leilões no longo prazo. Mas na avaliação de Luca, o apetite das petroleiras poderá ser menor no leilão devido ao cenário macroeconômico internacional que está demandando uma redução de investimentos por parte do setor de petróleo em todo mundo. No caso da Petrobras, que além de sofrer com o cenário macroeconômico passa por uma das maiores crises de sua história, envolvida em diversas denúncias de corrupção, os ajustes nos investimentos também poderão vir. “Acredito que alguma mudança pode ter, algum impacto e ajustes nas suas prioridades, não sabemos ainda quais serão os impactos”. Na sexta-feira, a Petrobras disse sem entrar em detalhes que implementou medidas para redução do ritmo de investimentos.

(Com agência Reuters)

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