Quatro companhias apresentaram propostas para o leilão de 4G. Oi desistiu de participar
O credenciamento foi realizado nesta terça-feira e a licitação acontecerá na próxima semana
Quatro companhias telefônicas apresentaram propostas à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para participar do leilão de 4G na faixa de 700 megahertz (MHz): Claro, TIM, Telefônica/Vivo e Algar Telecom. O credenciamento foi realizado nesta terça-feira e o certame está marcado para o próximido dia 30. Na semana passada, a agência reguladora rejeitou os pedidos de impugnações feitas pelas quatro maiores teles (Oi, Vivo, Claro e TIM).
A Oi decidiu não participar da disputa. A companhia decidiu manter a sua estratégia de investimento em projetos estruturantes de rede, considerando que a faixa leiloada só poderá ter utilização plena em 2019. Ela explicou que já possui autorização para operar 4G na faixa 2,5 GHz, o que lhe permitirá atender às obrigações de cobertura até 2017. Ela também abriu a possibilidade de utilizar a faixa de 1,8 GHz no futuro.
“Nesse sentido, e considerando que a faixa leiloada só poderá ter utilização plena em 2019, a companhia decidiu manter a sua estratégia de investimento em projetos estruturantes de rede que atendam aos objetivos de melhoria do nível de qualidade e percepção dos serviços prestados aos seus clientes no acesso fixo e móvel e reforçar os investimentos em aumento de cobertura e capacidade da rede móvel e na expansão de banda larga e TV paga, numa lógica multiprodutos e convergência a nível nacional”, diz, em nota ao mercado.
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Dívidas – Por seu alto endividamento, especialistas já previam que a Oi teria dificuldade em competir no leilão. “A Oi enfrenta desafios operacionais para crescer. Financeiramente está fragilizada. Do total da dívida (46,2 bilhões de reais), 5 bilhões de reais são de vencimento no curto prazo e o restante deve vencer até 2018”, afirmaram os analistas Daniel Liberato e Felipe Silveira, da Coinvalores, ao jornal O Estado de S. Paulo. A Oi tem uma dívida 45 vezes maior que a da TIM, que é de quase 1 bilhão de reais, e 18 vezes maior que a da Vivo, de 2,5 bilhões de reais.
Mesmo assim, os acionistas da Oi estão confiantes em que seu futuro seja promissor. No fim de agosto, quando anunciou a contratação do BTG para apresentar propostas para uma possível consolidação com a TIM Brasil, controlada pela Telecom Itália, a operadora passou uma mensagem ao mercado de que essa operação, que poderá ter a adesão da América Móvil, dona da Claro, e da Telefônica, daria maior musculatura à companhia para se tornar mais competitiva no setor.
Na semana passada, a Telecom Itália sinalizou que poderá fazer uma proposta para se unir com a Oi no Brasil, de acordo com o jornal italiano Il Sole 24 Ore. Embora a TIM negue intenção de fazer uma proposta para a Oi, o assunto, segundo a publicação, seria colocado em discussão no dia 25 entre os acionistas do grupo italiano.
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(Com agência Reuters e Estadão Conteúdo)